Saí de Lourenço Marques com 4 anos de idade logo após a morte de meu pai.
Ele se chamava José Manuel Teixeira Martins,dono da pastelaria da Sé, e já trabalhou nos caminhos de ferro. Na madrugada de 17 de Janeiro de 1977, entrou uma pessoa de raça negra pela janela do nosso 4º andar na Avenida 5 de Outubro subindo pelo exterior foi ao quarto do meu pai e deu-lhe duas coronhadas na face e encostou a g3 ao peito e disparou..............levou minha mãe para outro quarto e amarrou-a, ameaçou a mim e minha irmã ela com 5 anos para nos calarmos apontando a arma para ela. Nisto tudo passou quase 1 hora meu pai ainda vivo começou a gritar pelo assassino para nós podermos fugir. Coisa que aconteceu. Meu pai faleceu à porta do hospital com falta de sangue.
Tudo o que a policia nos disse foi que apanharam o assasino e numa troca de tiros ele morreu. Será escusado de vos dizer que ele estava fardado a militar. Minha mãe foi falar com a Graça Machel e ela aconselhou a irmos embora enquanto podíamos. Foi o que minha mãe fez.
Os carros de meu pai a casa, e o negócio ficou tudo para alguém, não sabemos quem. Eu hoje tenho 34 anos e após estes anos todos gostaria que alguém me dissese algo sobre o meu pai. Minha mãe (Amarilis Escorcio Fernandes), minha irma (Ana Paula Fernandes Martins), e eu Dino Fernandes Martins agradeceriamos que quem nos conhecesse ou saiba algo que entre em contacto por mail ([email protected]]. Pouco sei de meu pai a não ser o que minha mãe nos conta e de certeza que não conta tudo com medo.....
NOTA:
Recebido com o pedido de publicação. O sublinhado é nosso.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE