- Matias Mboa, companheiro de Samora Machel na fuga para a Tanzania e nos treinos militares na Argélia
A HISTÓRIA de um país é feita de homens e mulheres e de factos. Em Moçambique, em vários períodos, muitos foram os homens e mulheres, que, ao engajarem-se na construção da nação que viria a ser proclamada em 1975, escreveram importantes páginas neste domínio. Se o percurso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, hoje partido Frelimo) se confunde com a história do país, a vida de muitos militantes do antigo movimento de libertação também escreve a memória nacional. Matias Mboa é um dos moçambicanos que, ainda jovem e depois de fundada a FRELIMO, se juntou ao movimento para dar o seu contributo à libertação do país. Mas a vida não lhe correu de feição. Antigo companheiro de Samora Machel – com quem partilhou vivências em Maputo, a fuga para a Tanzania, passando por Suazilândia e Botswana, e os treinos militares na Argélia – recebeu de Eduardo Mondlane a missão de liderar a “Quarta Legião Militar”, que em caso de necessidade desencadearia a guerra no sul do Save. Iria desempenhar esse papel a partir da Suazilândia, de onde recrutaria outros jovens moçambicanos para integrarem a Frente, ao mesmo tempo que garantiria o fluxo de informação entre a liderança do movimento em Dar-es-Salaam e as células, no que são hoje as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. Mas quis o destino que não cumprisse cabalmente esta tarefa, porque caiu nas mãos da PIDE. Ficou conhecido no seio dos seus camaradas como preso político, portanto, a pertencer a uma outra categoria de combatentes da libertação nacional. Entrevistámos este homem, semana passada, por ocasião dos 45 anos da Frelimo, que conduziu à libertação do país. Conta-nos, nas linhas que se seguem, extractos dessa entrevista, a sua experiência como contribuinte para a independência do país.
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