Favola Nada
Por Daniel da Costa
Ninguém podia imaginar o destino do carrito que passava à toda a velocidade, com as rodas fazendo dançar a poeira escondida na terra batida. Só quem estava ao volante sabia que a máquina ia parar mesmo ali, a menos de uns noventa ou cem metros, formando uma enorme nuvem de poeira. Tão acelerado que o brinquedo ia, mas foi ali que, para o susto dos corações mais fracos, os travões rugiram com muita violência e toda a gente se virou boquiaberta para ver o espectáculo do pequeno carro a rodopiar no miolo do recinto. Depois do descapotável se imobilizar, do seu interior saltou um rapaz que usava óculos escuros, um brinco na orelha direita, uma tatuagem no antebraço.
Muito antes das bandeiras de poeira descerem do mastro, já ele tinha transposto o portão envidraçado da fachada principal e batia à porta de uma sala no fundo do corredor. Pediu licença em voz alta.
— Entre.
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