O ZIMBABWE vai introduzir ainda este ano 750 herbívoros no Parque Nacional da Gorongosa, em Sofala. Trata-se da primeira translocação de um lote de 400 bois-cavalo, 200 zebras e 150 búfalos, num projecto financiado pela Fundação CARR, dos Estados Unidos da América, em 500 mil dólares. O processo deverá arrancar dentro de dias, na sua primeira fase. Do lado das autoridades nacionais está tudo a postos, encontrando-se o Governo zimbabweano ainda a trabalhar na finalização dos documentos afins.
Maputo, Quinta-Feira, 28 de Junho de 2007:: Notícias
De acordo com o médico-veterinário do Parque Nacional da Gorongosa, Carlos Lopes Pereira, estes animais selvagens de grande porte vão ser adquiridos num dos parques nacionais do Zimbabwe, na zona de Mazunga, norte daquele país. Neste momento, segundo ele, falta apenas a fixação da data da chegada dos animais.
Falando à Reportagem da nossa Delegação na Beira, o médico-veterinário do Parque Nacional da Gorongosa precisou que esta iniciativa de recuperação daquela estância turística deverá ocorrer este ano entre os meses de Junho e Agosto próximos. Isto acontece depois de em Agosto passado ter arrancado, pela primeira vez na história daquela área de conservação, a translocação de 54 búfalos directamente do Kruger Park, na África do Sul.
A iniciativa, segundo alguns especialistas ligados à matéria, está enquadrada num processo de multiplicação das espécies mais dizimadas no último conflito armado, particularmente naquela área de conservação. Com este processo, segundo as previsões, o sistema ecológico do PNG ficará estabilizado nos próximos tempos.
Entretanto, os búfalos translocados da “terra do rand” são dados como se tendo adaptado com facilidade ao clima e vegetação do PNG, sendo que todas as 46 fêmeas se apresentam prenhas, embora devam permanecer confinadas num santuário de uma área calculada em seis mil hectares por um período indeterminado. “Os búfalos estão bem adaptados, fortes e saudáveis. Esperamos ter algumas crias dentro de algum espaço de tempo”, perspectivou Pereira, acrescentando que o único receio era de um provável ataque da moscas tsé-tsé, que, felizmente, não chegou a acontecer.
Em tempos idos, o Parque Nacional da Gorongosa, que compreende uma área de aproximadamente 3770 quilómetros quadrados, onde vivem cerca de 15 mil pessoas distribuídas por nove comunidades, chegou a ter cerca de 15 mil búfalos, efectivo que foi drasticamente reduzido, estando neste momento situado em apenas 50 animais.
A Fundação CARR está a negociar com o Ministério do Turismo a gestão do parque. Enquanto esta intenção não se concretiza, aquele organismo achou por bem avançar na recuperação de infra-estruturas e da fauna daquele lugar.
Uma fonte da administração daquela estância turística avançou, entretanto, que decorrem as obras de restauração do acampamento de Chitendo, sede do parque, para oferecer as condições para a promoção de turismo. Indicou que brevemente vão ser inaugurados nove rondáveis com 18 camas-extras e já funcionam outros com 12 camas, havendo espaço para o campismo.
“Esperamos que as obras das rondáveis terminem em Junho próximo, enquanto se prepara a reabilitação da via que dá acesso a Chitengo. Está na fase de lançamento um concurso público para a adjudicação da empreitada”, concluíu.