O TRIBUNAL Judicial da Província de Tete libertou ontem os réus Khalid Mahomed Nazir, Adolfo André Beula e Benjamim Roque, que integravam o grupo de oito cidadãos suspeitos de envolvimento no assalto à mão armada que culminou com a morte de três missionários na Missão Católica de Fonte Boa, distrito de Tsangano.
Maputo, Quarta-Feira, 25 de Julho de 2007:: Notícias
Para sustentar a sua decisão, o juiz-presidente da Secção Criminal daquele Tribunal, Luís Mabote Júnior, diz nada haver nos autos do processo correspondente, que comprove o seu envolvimento no crime.
Aquele magistrado disse que os restantes réus, nomeadamente Horácio Maria Luísa Sande, Feston Jorge Phalusso, Joaquim António Nicoroa, Filipe Rafael Tambala e Policarpo Tiago Ndawala, ainda vão continuar detidos a aguardar o julgamento marcado para meados de Agosto próximo.
Segundo a acusação do Ministério Público, no dia seis de Novembro de 2006, por volta das duas horas da madrugada, estes cinco elementos, munidos de armas de fogo, picareta, alavanca e outros instrumentos contundentes dirigiram-se à residência missionária da Fonte Boa. Apercebendo-se da presença de estranhos, os guardas da casa terão se posto em fuga e, de seguida, os réus arrombaram a porta principal. Já no interior, agrediram a socos e pontapés a vítima Fernando António Carvalho, de nacionalidade portuguesa, a quem espetaram um objecto cortante no dorso da mão direita, exigindo dinheiro e chaves das viaturas.
Seguidamente, de acordo com o documento do Ministério Público, os réus danificaram a porta do quarto do padre Waldir dos Santos e, no interior atingiram-lhe no peito com um tiro disparado à curta distância, vítima do qual acabaria perdendo a vida no local.
A segunda vítima, Idalina Fernando Gomes, encontrou a morte ao ser estrangulada depois de ter sido injectada, nos olhos, um líquido de piripiri, que os réus levavam consigo. Esta foi encontrada quando tentava escapar do local da ocorrência.
O representante do Ministério Público, Arone Nhaca, disse que face aos factos e aos exames feitos, concluiu-se que as mortes foram provocadas de forma directa e necessária pela acção dos réus, não havendo, também, nenhuma dúvida de que essa era a sua intenção atendendo ao modo da execução, instrumentos utilizados e a zonas corporais atingidas.
A acusação aponta o mesmo grupo como responsável pelo roubo de uma viatura de marca Toyota Hilux e valores monetários estimados em seis mil euros na mesma residência missionária. O carro roubado viria a ser recuperado pela Polícia já em território malawiano.