General Hama Thay de regresso à aviação
Samito Machel e Américo Mpfumo já adiantados no negócio da aviação civil deixam no ar a pergunta: que haverá nos céus?
Uma apetência repentina por empresas de aviação civil está a apoderar-se de uma certa elite moçambicana. O General na reserva, António Hama Thay, antigo comandante da Força Áerea Moçambicana, está a dar mostras de que a sua passagem pela chefia de um dos ramos da extinta «Forças Armadas de Moçambique/Forças Populares de Libertação de Moçambique FAM-FPLM» deixou nele profundas saudades. Ele acaba de subscrever acções de uma companhia de transportes aéreos recém criada e designada «Delih Air, Lda».
A notícia foi divulgada em primeira-mão pela «Indian Ocean Newsletter», publicação com sede na capital francesa.
Segundo a referida publicação parisiense, “o negócio da aviação já começa a atrair um certo número de investidores e altos dignitários locais.” Antes de António Hama Thay outras figuras da nomemkatura do partido no poder já foram tentadas entrar no ramo da aviação civil. O exemplo mais visível é o de Samora Machel Júnior, filho do presidente da primeira República de Moçambique, a “Popular”, Samora Moisés Machel que fez da luta contra o capitalismo, a exploração e o imperialismo a bandeira do seu governo, de que Hama Thai foi discípulo intransigente.
Segundo a «Indian Ocean Newsletter» (ION), Samito, nome por que também é conhecido o filho de Machel, “está associado à «One Air Lda» com quadros de proa do partido com sede na Rua Pereira do Lago” em Maputo. Paradoxalmente, o pai de Samora Machel Júnior pereceu num acidente de aviação, a 19 de Outubro de 1986, em Mbuzine, na vizinha República da África do Sul.
Américo Mpfumo: outro general apaixonado pelos ares
Ainda segundo a «Indian Ocean Newsletter», um outro general na reserva, João Américo Mpfumo, é dado como certo para o lugar de representante em Moçambique de quatro companhias aéreas: «Avstar Holding», «Kuzwayo Enterprises Lda», «SBR Capital Lda» e a Mozinvest», esta última criada em meados de Junho último, em Maputo. A vocação desta última companhia recém criada é o “transporte doméstico de passageiros e charter”.
O accionista maioritário da «Movastar», uma outra empresa de aviação de que Samora Machel Júnior é também accionista, é a «Avstar Holding» com 35.5% do capital.
A «Avstar Holding» é uma companhia sul africana, baseada na cidade costeira sul-africana de Durban, no Kwazulu-Natal e que tem como director Rory Loader.
No ano passado, a «Avstar Aviation» adquiriu 15% das acções de uma outra companhia de Durban, “a baixo custo”, refere a notícia da «ION» que estamos a citar.
A referida companhia é denominada «iTime». Ao mesmo tempo lançou a «Victoria International Airlines» no Uganda, com outros investidores.
Ao factos mostram que no seio da «Sagrada Família» a paixão pelos ares está de vento em poupa. Os insistentes apelos para que se combata a pobreza absoluta», como se pode descortinar, está a trazer proveitos vindos dos céus.
Outros negócios de Hama Thay
O antigo comandante da Força Aérea de Moçambique além do “voo” que acaba de dar ao associar-se à «Delih Air, Lda», está envolvido em pelo menos outras seis sociedades, segundo factos apurados pelo «Canal de Moçambique». Em 1996, com os adventos da democracia e economia de mercado, o general constitui-se sócio da «Umbila, Limitada”, uma empresa virada para a exploração madeireira. Em 1998, Thay forma a «Blue Water Beach Resort», estreando-se com esta empresa no «bussiness» do turismo. Mas é em 1999 que a sua propensão para o «empreededorismo» atinge a espiral: nesse ano forma a «Mivlan, Limitada», vocacionada para exploração mineira; a «Alvorada de Moçambique», também virada para a a mineração; e com a «Maputo Lodge», volta a dizer presente no ramo de turismo. Com uma outra madeireira, a «Galiótis, Limitada», encerra o penúltimo ano do século que o viu a correr as florestas apelando aos moçambicanos para se unirem a favor das nacionalizações das propriedades dos exploradores da mão-de-obra barata dos demais compatriotas. Em 2000, forma a «Smugglers Vilanculos», também esta do ramo de turismo.
(Celso Manguana e Luís Nhachote, com «ION») - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 18.07.2007