Quando as terras ficam mais pobres
P. Domingos Marques Vaz era natural de freguesia de Loureiro, Oliveira de Azeméis, onde nasceu em 21 de Novembro de 1915. Entrou no Seminário das Missões de Tomar, em Outubro de 1928, transitando, um ano depois, para Cucujães.
Ainda estudante foi professor, durante um ano, em Tomar e, após o Probandato ou Noviciado, foi nomeado ‘encarregado das publicações’ e Professor dos Irmãos Auxiliares. De 1937 a 1940 acumulou às funções que já exercia, a de Prefeito dos Probandos. Fez a Consagração Perpétua na Sociedade Missionária em Setembro de 1939. Recebeu o Diaconado em 17 de Dezembro de 1939 e foi ordenado Sacerdote em 15 de Agosto de 1940.
Muitos e importantes foram os cargos exercidos pelo P. Domingos Vaz ao longo da sua vida sacerdotal de quase 67 anos. Destacamos: Reitor de Cucujães por três vezes, Director dos Irmãos, Assistente Geral várias vezes, Secretário Geral, Redactor das publicações, Superior Regional dos Missionários da Sociedade na Diocese de Nampula (Moçambique), Delegado à maior parte das Assembleias Gerais, Superior da nossa Casa Central de Lisboa, Consultor Eclesiástico do Ministério do Ultramar, Capelão dos Hospitais Civis de Lisboa, Administrador da Boa Nova, Director da Editorial Missões, membro da Equipa Redactorial, Director Espiritual do Ano de Formação e Confessor.
Faleceu no Hospital de Oliveira de Azeméis em 23 de Junho de 2007.
P. Vaz era a memória viva do Instituto. Foi admirador e discípulo fiel do P. Mário Parodi, missionário de Milão enviado pelo Santo Padre Pio XI para formar os primeiros membros da Sociedade. Com ele aprendeu a ser metódico, trabalhador incansável, delicado, homem de horário, organizador, atento aos mínimos pormenores... Muito cedo, o mesmo P. Parodi lançou-o no sector da imprensa tornando-o, primeiro, adjunto, e, depois, responsável, pela redacção das nossas publicações, tarefa em que colaborou até há poucos anos.
Com uma vida espiritual solidamente firmada nas grandes virtudes cristãs, era muito compreensivo, aberto aos sinais dos tempos. A ele se ficam a dever algumas “ousadias” no Seminário, na década de cinquenta, como os acampamentos de férias dos seminaristas, a introdução do escutismo e os Cursos Missionários de Férias para Seminaristas Diocesanos. Foi durante muitos anos Assistente e impulsionador da Academia Missionária de S. João de Brito.
Como Superior Regional, em Nampula, criou um saudável ambiente fraterno entre todos e lançou, juntamente com outros, a revista para catequistas “Boa Nova”, hoje “Vida Nova”.
Foi sempre um exemplo eloquente de vida comunitária, de amor à Eucaristia e de devoção a Nossa Senhora.
Pobre, vivia com o estritamente necessário. Em Cucujães, onde passou a maior parte da vida, visitava frequentemente os doentes e socorria, conforme podia, os necessitados. Foi, durante muitos anos, Assistente da Conferência de S. Vicente de Paulo e Director das Filhas de Maria.
A ele se ficou a dever, em grande parte, a construção da Capela da Senhora da Conceição, em Faria.
O seu ardor apostólico levava-o a estar sempre disponível para o ministério sacerdotal, a abordar os que andavam mais afastados da prática cristã e a preparar, com todo o cuidado, as homilias dominicais a que tentava dar sempre um cunho de actualidade.
Cremos firmemente que o Senhor já lhe terá dito: Vem, servo bom e fiel, possuir o Reino que te está preparado...
CORREIO DE AZEMEIS