Muito antes de Hama Thay e Américo Mpfumo
O general Domingos Fundo, que foi a enterrar na última quarta-feira, na zona «VIP» do cemitério de Lhanguene, foi o primeiro general moçambicano a apaixonar-se pelos ares, seis anos após Samora Moisés Machel ter parecido nas colinas de Mbuzine, vindo de Mpala, na Zâmbia, apurou o «Canal de Moçambique na investigação que esta semana permitiu que fosse abordada a grande e nova paixão de membros de proa do partido Frelimo, hoje popularmente conhecidos por «Sagrada Família».
Foi no dia 11 de Janeiro de 1991, que Domingos Fondo, agora fora do mundo dos vivos, se juntou a outras individualidades e à «SISTELMO – Sociedade Electrónica e Telecomunicações» e constituíram assumiram o controlo da «STA – Sociedade de Transportes Aéreos» logo após a sua privatização.
O objecto social da STA – em que as acções do falecido general ocorrida há dias numa clínica na vizinha África do Sul, provavelmente reverterão a favor dos seus herdeiros – é, entre outros “a indústria de transportes aéreos de carga e passageiros, por intermédio de afretamento espacial e serviços regulares; a exploração de quaisquer operações por aeronaves incluindo helicópteros dentro e fora do território da República de Moçambique”.
Importa referir que por alturas da constituição da STA, o ramo aéreo das extintas Forças Armadas de Moçambique-Forças Populares de Libertação de Moçambique (FAM-FPLM), então sob o comando do general Hama Thay (hoje também ele envolvido em negócios “aéreos”) e mais tarde de Almerino Manhenje (antecessor de José Pacheco como ministro do Interior), era das melhores forças aéreas da região. Um descalabro viria então a ocorrer movido por ambições desmedidas e inconfessáveis de “anónimos” que se encarregaram de promover o saque desenfreando de equipamentos incluindo motores de helicópteros e outras aeronaves.
Qualquer analista de ocasião, muito facilmente poderá decifrara que o general estava “ a frente do tempo”, pois seis anos antes, Samora Machel, desabava inglório por terra, vítima de um acidente aéreo em aeronave de fabrico e com tripulação da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Quem poderia pensar que o negócio seria promissor ao ponto de atrair outros generais tais como António Hama Thay e João Américo Mpfumo? E não só”, ao próprio filho do primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel Júnior (Samito) que se tem revelado com propensão para o «empreendedorismo» paixão bastante combatida pelo seu progenitor que cantava a plenos pulmões que “a nossa Pátria será livre do capitalismo e exploração”, com coro apaixonado de muitos dos moçambicanos que hoje exibem as suas fortunas aos miseráveis do país.
Mas a paixão empresarial do general, a quem apenas à terra foi entregue o seu corpo, pois as obras que deixou em vida são por demais reconhecidas, começava apenas pela STA, mas não se ficou por aí. Viriam mais empreendimentos dos quais apenas destacamos dois de revelo: A «SPANOA – Empreendimentos Metálicos, Lda e a «BAFO – Empresa Comercial de Importação e Exportação».
De referir que durante a cerimónia das exéquias fúnebres do General Fondo, o presidente da República, Armando Guebuza destacou as qualidades de empreendedor do finado chegando a afirmar que este criou muitos postos de emprego, e tal como tem sido homilia nacional, falou do «combate à pobreza absoluta». Paz à alma do general!
(Luís Nhachote) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 20.07.2007