Situação interna no Zimbabwe é “intolerável e insustentável”
O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, disse no fim-de-semana na África do Sul que o Zimbabwe carece de mais atenção dos países africanos dado que a situação interna é “intolerável e insustentável”. Segundo Kofi Annan o ponto a que chegou a situação no Zimbabwe exige acções urgentes do continente africano.
Annan exortou os africanos a “salvaguardarem-se do tipo de racismo auto-destrutivo que os uniu contra os tiranos brancos mas que desculpa os líderes negros”.
A situação no Zimbabwe é “intolerável e insustentável” e um perfeito exemplo de um conflito africano a exigir “acção”.
Para Annan, o caso Zimbabwe é “um dos conflitos menos visíveis mas nem por isso menos devastadores, a exigir acção não só por parte dos africanos como também dos outros”.
Kofi Annan admitiu que a estabilidade em África está a aumentar mas não deixou de avisar que ainda se está longe de um continente em paz.
Segundo o africano que conquistou para a ONU e para si o Prémio Nobel da Paz os problemas de África exigem que se assegure Direitos Humanos e Estados de Direito.
O presidente da ZANU-Frente Patriótica e da República do Zimbabwe, Robert Mugabe, que tem estado a ser defendido por governos africanos para que a sua presença seja assegurada na cimeira África-União Europeia, agendada para o final deste ano em Lisboa.
O ditador zimbabweano é acusado agora de ser responsável por massacres na região de Matabeleland entre 1982 e 1983, que segundo relatórios independentes custaram a vida a cerca de 20 mil pessoas.
Robert Mugabe tem merecido desde o ano 2000 críticas crescentes de vários países comprometidos com a defesa dos Direitos Humanos, precisamente pelas violações desses mesmos direitos de que ele é tido como o principal instigador no seu país.
A União Europeia proíbe hoje Mugabe e dezenas de membros do seu partido (ZANU-PF) e do governo de Harare de viajar para a Europa.
Em África, tal como o governo Guebuza/Luísa Diogo, tem-se defendido a presença do chefe de Estado Zimbabweano em Portugal para tomar parte na cimeira marcada para 8 de 9 de Dezembro do corrente ano.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 24.07.2007