PROBLEMA PROVOCA ESCASSEZ DE MARISCOS E EROSÃO
Os mangais da Ilha de Moçambique, província de Nampula, estão a ser destruídos pelos ilhéus que os transformam em combustível lenhoso, de acordo com denúncias de Policarpo Napica, director nacional de Gestão Ambiental no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA).
Napica indicou que a medida está a acelerar a erosão na região, acrescentando que a sua instituição já está no terreno a realizar uma série de actividades de sensibilização da população para abandonar a prática, em simultâneo com as acções de reposição das plantas que estão a ser devastadas.
Os trabalhos de reposição da área destruída estão orçados em pouco mais de 120 mil dólares norte-americanos e cobrem metade dos cerca de três mil quilómetros quadrados da ilha, segundo ainda aquele dirigente estatal que apontou a zona de Lumbo como a que tem estado a sofrer com o saque empreendido pelos habitantes daquela região.
A Ilha de Moçambique encontra-se densamente povoada com aproximadamente 10 mil habitantes, número que é duas vezes maior que a sua capacidade, de acordo igualmente com o director nacional de Gestão Ambiental no MICOA, acrescentando que o cenário é agravado pela construção desordenada de casas de habitação.
Edifícios desabados
Napica traçou um quadro sombrio do estado actual dos edifícios dizendo que “muitos deles estão na iminência de desabar a qualquer momento devido ao seu avançado estado de degradação”, acrescentando que agrava a situação a inexistência de canais para a drenagem de águas pluviais e dos esgotos.
De referir que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) declarou, em 1991, a Ilha de Moçambique como Património Cultural da Humanidade.
(J. Ubisse) – 20.07.2007