Um menor de apenas oito anos de idade escapou na manha de ontem de um rapto no cruzamento entre as avenidas `Joaquim Chissano´ e `Acordos de Lusaka´.
O rapto que não se materializou graças à demora do próprio menor em entrar no carro, ia ser protagonizado por dois indivíduos desconhecidos que após a descoberta do acto frustrado empreenderam uma fuga em direcção à zona do Jardim.
Segundo a Leonor Macamo, mãe do menor que responde pelo nome de Paulo Sendela, ou simplesmente, Paulito, `não é a primeira vez que vejo aqueles senhores por aqui. Durante a semana passada eles estiveram a circular constantemente pelas redondezas. Vi-os na terça-feira e era um casal. Na sexta-feira eram já dois homens e, ainda no Sábado os dois passaram em uma motorizada grande e barulhenta, seguindo em direcção a Praça dos Heróis´.
`Foi quando comecei a desconfiar e comentei com uma amiga minha dizendo que era estranha a presença daqueles dois senhores que apareciam ora num carro ora numa motorizada´, disse, acrescentando que `a minha amiga chegou mesmo a dizer que podia se tratar de um grupo de ladrões mas de crianças´.
Ainda de acordo com Leonor Macamo, o menor Paulito saiu de casa sem ela notar e de repente surge-lhe a necessidade de sair para fazer umas compras e viu novamente o carro com uma das portas abertas e uma mão com um carinho-brinquedo estendida para o pequeno.
`Não sabia que o meu filho tinha saído de casa sem eu notar. Acordei disposta para lavar a roupa e quando saio para comprar OMO vejo uma mão estendida de dentro para fora do carro que o reconheci logo. Pus-me a chamar o meu filho em voz alta e quando um dos senhores que estavam dentro do carro me viu indo em direcção ao carro fecharam a porta e fugiram´.
Questionada se das vezes que viu o carro ela ter-se-ia lembrado de tirar a chapa de matrícula ela disse: `embora eu desconfiasse do carro, nunca me passou pela cabeça tirar a matrícula, mas confirmo que a matricula que eu vi no carro nos primeiros dias é diferente da que ostentava no Sábado´.
`Nos primeiros dias que vi o carro trazia uma matrícula moçambicana e normal como de outros carro (preto e branco) mas no Sábado o mesmo carro trazia uma matrícula já com escritas verdes´.
Por outro lado, Paulito, contando a história que acabava de viver `in loco´ na primeira pessoa disse que dentro do carro estavam três pessoas dentre elas uma senhora que trazia óculos escuros mas que na linguagem dele `são muito pretos´.
`Eu sai para brincar e vi um carro com a porta aberta. Um senhor me chamou para me oferecer um brinquedo e disse que era para entrar no carro que ia me comprar outros brinquedos e depois me lavaria para casa´, disse para de seguida confirmar que `foi quando ouvi a minha mãe a me chamar que o `tio´ fugiu com o carro´.
Questionada se ia ou não receber o brinquedo e embarcar no carro, talvez para nunca mais voltar, Paulito foi espontâneo: `eu queria receber o brinquedo´. Caso para dizer: quem tem filhos tome já providências para que se possam precaver de algo semelhante.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 18.07.2007