Em Moçambique os refugiados que se encontram ao abrigo de asilo no centro de Maratane, na província de Nampula, querem regressar às suas origens devido os vários constrangimentos que vivem diariamente na sua pele, mas o Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados diz não ter dinheiro para lhes satisfazer os desejos. O ritmo de retorno às origens é extremamente baixo como falam os números. Com isso, o martírio dos expatriados, continua.
Contactado pelo «Canal de Moçambique», o chefe de Departamento de Operações e Projectos do Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados, Damasco Mathe, disse que “os refugiados insistem em regressar a casa, mas devido a factores de ordem financeira não podemos satisfazê-los todos ao mesmo tempo”.
“O processo de repatriamento de refugiados para as suas terras de origem é um nó de estrangulamento porque custa muito dinheiro para Moçambique”.
Ainda segundo Damasco Mathe “os repatriados poderiam viajar semanalmente para as suas terras de origem mas por falta de meios financeiros ficamos limitados. Os repatriados viajam em função da capacidade financeira que o País dispõe”.
Damasco Mathe referiu também que “o governo moçambicano e doadores estão numa conjugação de esforços no sentido de repatriarem cada vez mais refugiados para as suas terras de origem”. Aludiu que “este ano dos cerca de 7034 refugiados, repatriamos 225 da República Democrática do Congo”.
“Não é fácil gerir o regresso dos refugiados para os diversos países de origem. Por isso as actividades de planificação estão sob alçada do Governo moçambicano, do Alto Comissariado das Nações Unidas e também da Organização Internacional de Migrações”.
“O regresso dos refugiados para os diversos países de origem não se restringe apenas no trajecto marítimo, aéreo e terrestre, mas também implica alguns mantimentos para sua sobrevivência durante o percurso de viagem”, disse mais adiante Damasco Mathe.
O interlocutor do «Canal de Moçambique» acrescenta depois que “a maior parte dos repatriados depois de deixar o solo moçambicano com destino às suas terras natal levam muito tempo a chegar por serem de zonas recônditas”.
Moçambique acolhe actualmente 7034 refugiados da República Democrática do Congo, do Burundi e de Ruanda.
Segundo dados fornecidos ao «Canal de Moçambique» pelo Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados, a cidade de Maputo e a província de Maputo, respectivamente, do total de refugiados registados no país acolhem um universo de 1315 pessoas.
(Conceição Vitorino) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 16.07.2007