Instituto Nacional do Petróleo diz que psquisas ainda prosseguem
"O que está a acontecer na província de Sofala, tanto como em algumas regiões das províncias de Cabo Delgado e de Inhambane é uma actividade intensa de pesquisa de hidrocarbonetos. Quando o petróleo for descoberto o Governo vai anunciar, pois não precisa de esconder nada sobre isso, porque as empresas que estão a fazer a pesquisa estão a investir muito dinheiro" , engenheiro Nelson Ocuane, administrador do Pelouro de Pesquisa no Instituto Nacional de Petróleo.
A propalada existência de petróleo em Moçambique, designadamente na Beira, onde esta ocorrência, aliás, foi anunciada pelo líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, nas cerimónias centrais do 1.º Centenário da capital de Sofala celebrado a 20 de Agosto onde participou como "convidado de honra", está a ser por enquanto "desmentida" pelo administrador do Pelouro de Pesquisa no Instituto Nacional de Petróleo, Nelson Ocuane.
Quando o «Canal de Moçambique» o abordou em entrevista exclusiva para o convidar a pronunciar-se sobre a existência do chamado «ouro negro» em Moçambique, Nelson Ocuane disse que "ainda não foi descoberto" tendo acrescentado que "o que está acontecer é uma actividade intensa de pesquisa em determinadas regiões de Sofala, Cabo Delgado e Inhambane".
Mas este mesmo interlocutor acabou por revelar ao «Canal de Moçambique» que as "actividades de pesquisa de petróleo em Sofala estão a decorrer em cinco áreas, tendo mencionado o Bloco de Inhaminga, o Bloco do Zambeze e o Bloco de Sofala". Em referência a esses três blocos «on-shore» e «off-shore», respectivamente, Nelson Ocuane disse: "São cerca de cinco áreas que estão a ser avaliadas, neste momento, pelas empresas «D.N.O», da Noruega; «BANG» dos Estados Unidos da América e «PETRONAS», da Malásia". Entretanto, a mesma fonte fez questão de referir que "ainda não existem resultados positivos sobre esta pesquisa".
Outras fontes do «Canal de Moçambique» são de opinião que o petróleo já foi descoberto e que até há uns anos atrás a exploração se achada ainda não rentável. Entendem estas outras fontes ligadas a grandes interesses internacionais petrolíferos que a exploração de petróleo em Moçambique só começaria a dar sinais de ser rentável depois do preço do barril estabilizar acima dos 30 dólares americanos. Presentemente está acima do dobro dessa fasquia com alguns especialistas a estimarem que com a enorme procura que o consumo desenfreado de combustíveis começou a ter sobretudo na República Popular da China, o preço do barril possa vir a atingir os cem dólares por barril antes do final do corrente ano.
Apesar desses comentários colaterais que temos vindo também a registar, Nelson Ocuane vai dizendo que "o trabalho de pesquisa é muito complexo" e "no mínimo, as companhias envolvidas neste tipo de actividade precisam de trabalhar com muito cuidado para que ao se localizar o jazigo com este tipo de hidrocarbonetos se localize o furo sem falhar, pois investe-se muito dinheiro. Só depois do furo é que se pode apresentar os resultados. Provavelmente leva-se cerca de oito anos a fazer-se a pesquisa. Contudo, é prematuro agora dizer se há ou não petróleo em Moçambique. Está-se a fazer pesquisa", conclui Nelson Ocuane.
As pesquisas em Moçambique já se iniciaram há muito mais de oito anos.
O administrador do Pelouro da Pesquisa no Instituto Nacional de Petróleo, na entrevista ao «Canal de Moçambique» insistiu que "em caso das grandes empresas que pesquisam petróleo no país apresentarem os resultados, estes serão publicamente apresentados".
"É dever do Estado apresentar estes resultados pois será através da exploração dos hidrocarbonetos que se melhorará a Balança de Pagamentos", acrescenta Ocuane.
Num outro desenvolvimento, o mesmo administrador do Instituto do Petróleo de Moçambique disse que "as empresas existentes no país interessadas na pesquisa de hidrocarbonetos são várias", envolvidas em Cabo Delgado, província no extremo norte de Moçambique e que faz fronteira com a República Unida da Tanzania, e na província de Inhambane, a sul do Rio Save e onde presentemente já há lençóis de gás em exploração pelo grupo sul-africano SASOL, acreditando-se que os mesmos se extendam por toda a região «on-shore» e «off-shore» de Sofala, desde a Machanga até aos estuários do Buzi e Púngué, e por toda a costa entre a Beira e o Chinde, no delta do Zambeze, entre as provincias de Sofala e da Zambézia.
"Temos a «ARTUM», do Canadá; a «ANADARKO», dos Estados Unidos da América; a «ENI», da Itália; a «NORSK-HYDRO», da Noruega, mencionou o interlocutor do «Canal de Moçambique».
"Em Inhambane temos trabalhos de pesquisa nas áreas adjacentes dos blocos de Pande, Temane e nos blocos 16 e 19. Havemos de promover mais áreas do país para se promover a pesquisa de petróleo e quando forem encontrados os resultados positivos serão anunciados publicamente", diz entretanto Nelson Ocuane.
(Alexandre Luís) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 27.08.2007