Mais de 20 milhões de dólares serão investidos em acções visando a produção de biodiesel no país. A iniciativa é da Petróleos de Moçambique (Petromoc), empresa que ainda este ano vai instalar uma unidade de processamento deste combustível vegetal na província da Zambézia, que se espera sirva de alternativa aos fósseis, cujos custos de importação triplicaram nos últimos três anos, dada a volatilidade dos preços no mercado internacional.
Maputo, Sexta-Feira, 31 de Agosto de 2007:: Notícias
Estes dados foram fornecidos ao “Notícias” pelo presidente do Conselho de Administração da PETROMOC, Manuel Viola, no decurso da visita efectuada, ontem, pela Primeira-Ministra, Luísa Diogo, à 43ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM-2007).
Luísa Diogo visitou demoradamente o “stand” da PETROMOC, para se inteirar dos investimentos que estão a ser efectuados por esta empresa, quer na vertente social, quer na económica. Na ocasião, Manuel Viola disse que depois da unidade de produção de biodiesel inaugurada recentemente na Matola, com capacidade de 80 toneladas/dia, a aposta da empresa continuará nesta vertente, dada a sua vantagem de provocar menos danos à natureza..
“Pensámos poder ajudar a reduzir a factura de importação de combustíveis fósseis. Estão em curso vários estudos para a implementação de projectos, porque, como deve calcular, este tipo de iniciativa pressupõe uma componente agrícola muito forte, para além da parte tecnológica”, referiu Manuel Viola, dando a entender que a maior parte dos 20 milhões de dólares destina-se à produção de matéria-prima.
A ideia é aproveitar o potencial de cultivo de oleaginosas existente no país para a produção de biodiesel. Todavia, acredita-se que dentro de dois anos a PETROMOC poderá ser ela própria a produzir matéria-prima para alimentar a indústria de biodiesel.
“Estamos a tentar colocar, o mais breve possível, uma unidade na Zambézia para aproveitar ao máximo as oleaginosas lá existentes”, disse Manuel Viola, sem se referir nem ao investimento, nem à capacidade da indústria, tendo em conta que se está ainda na fase de estudos.
Entretanto, após visitar o pavilhão do Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX), que alberga a maior parte das empresas moçambicanas, a primeira-ministra disse ter gostado do que viu na exposição, sobretudo por causa do conteúdo da mesma. Para Luísa Diogo, através dos produtos expostos pelas províncias pode-se ver a dinâmica do país. “Vê-se que sem o sector empresarial o país teria dificuldades (...). O sector empresarial é a única forma de podermos avançar com firmeza do ponto de vista de desenvolvimento económico do país”, referiu a primeira-ministra.
Falando a jornalistas depois de visitar a feira, Luísa Diogo disse ter tido a oportunidade de ver a componente estratégica, do ponto de vista empresarial, com destaque para os sectores das telecomunicações, combustíveis e energia. “Vimos a componente interna das nossas províncias, cada uma delas com os seus produtos. Fiquei muito impressionada com aquilo que vi no ‘stand’ de Manica, sob o ponto de vista de agro-processamento”.
Em relação à integração regional, Luísa Diogo disse ter notado um “à vontade” por parte das empresas moçambicanas. “Creio que com toda a dinâmica de diálogo, divulgação e de debate, as pessoas estão a olhar para a integração como um processo que está a acontecer. Nota-se que os moçambicanos estão a avançar para esta batalha com a sua maneira de fazer”, afirmou.