Três agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) moçambicana foram mortos a tiro sexta-feira à noite em Maputo, elevando para cinco o número de polícias assassinados em menos de uma semana na capital.
Os agentes da polícia foram interceptados por um grupo de indivíduos, ainda a monte, que, repentinamente, atiraram à queima-roupa contra o carro em que os investigadores seguiam, quando passavam poucos minutos das 22 horas locais (21 horas de Lisboa).
Já na semana passada, dois outros agentes de segurança pública foram baleados mortalmente numa das artérias da capital moçambicana, numa operação idêntica à que se verificou na sexta-feira.
Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) da cidade de Maputo, Arnaldo Chefo, disse que a polícia está a investigar o caso de assassínio dos agentes, assegurando já ter encontrado "algumas pistas".
"A polícia conhece os grupos que assassinaram os agentes, mas é prematuro avançar com mais dados, porque as investigações continuam", referiu.
Nos últimos meses, as cidades de Maputo e Matola têm sido palco de uma espiral de violência, cujos alvos são bancos, viaturas, residências e pessoas, incluindo as próprias forças de segurança, que viram alguns dos seus elementos morrerem às mãos de bandos armados.
"Estamos preocupados, mas a polícia já conhece estes grupos", insistiu o porta-voz da PRM, que garantiu tratar-se de indivíduos moçambicanos, que pretendem criar pânico nos residentes dessas duas zonas.
"A polícia compromete-se a devolver a tranquilidade e sossego aos cidadãos o mais brevemente possível", assegurou.
Já na quinta-feira uma dependência do Banco Austral, os escritórios da companhia área sul-africana South African Airways (SAA) e uma loja de telemóveis, em Maputo, foram assaltados.
O roubo ao Banco Austral é já o segundo a uma instituição bancária em menos de uma semana na província de Maputo, depois de na última segunda-feira ter sido visada a dependência inaugurada há uma semana do Millennium Banco Internacional de Moçambique (BIM), detido pelo grupo português Millennium BCP.
Recentemente, o ministro moçambicano do Interior, José Pacheco, atribuiu o recrudescimento do crime a quadrilhas forçadas a fugir da África do Sul, devido a um aparente reforço das medidas de segurança naquele país, no âmbito da criação de condições de providências, para a organização do Mundial de Futebol, em 2010.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 18.08.2007