Os quatro suspeitos de envolvimento na morte no ano passado de uma leiga portuguesa e um padre brasileiro na província moçambicana de Tete (centro) deverão ser condenados a 24 anos de prisão, noticia hoje a imprensa moçambicana.
De acordo com o semanário moçambicano Zambeze, a pena foi já decidida pelo colectivo de juízes do Tribunal Judicial da província de Tete, que sexta-feira procederão à leitura da sentença condenatória dos quatro arguidos.
A pena de prisão foi decidida depois de ter sido dado como provado o envolvimento dos quatro arguidos na morte, em 2006, da leiga portuguesa Idalina Neto Gomes e do padre brasileiro Waldir dos Santos, acrescenta o semanário.
"Durante o julgamento ficou comprovada a participação criminosa de cada arguido", disse uma fonte anónima próxima do caso, citado pelo jornal.
No total, o Tribunal Judicial Provincial de Tete julgou nove pessoas, mas a leitura da sentença do caso irá cingir-se sobre os quatro acusados, uma vez que parte destes vão responder num processo autónomo, na sequência de um mandado de captura emitido por aquele órgão.
O juiz-presidente do Tribunal Judicial Provincial de Tete, Alfredo Phire, emitiu um mandado de recaptura de parte dos arguidos com base no recurso apresentado pelo Ministério Público que se manifestou inconformado com a anterior decisão do tribunal.
O principal suspeito do crime, que incluiu o assalto à Missão Católica de Fonte Boa, no pacato distrito de Tsangano, a 250 quilómetros de Tete, morreu a 30 de Agosto último de doença na sua cela, na principal cadeia de Tete, centro de Moçambique.
Na sequência do assalto à Missão Católica de Fonte Boa, também ficaram feridos um leigo português, um religioso moçambicano e um guarda, atacado com arma branca, além de que os malfeitores retiraram uma viatura e seis mil euros.
A sentença do "crime da Fonte Boa", como é conhecido o processo do duplo homicídio que abalou o distrito de Tsangano, está a ser muito aguardada, pois a população local quer saber qual será a decisão do tribunal, face ao facto de o principal suspeito ter admitido que recebeu uma das armas usadas no assalto de um importante empresário local.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 27.09.2007