A RENAMO exige negociações directas com a Frelimo para viabilizar uma possível alteração pontual da Constituição da República, de modo a acomodar o adiamento das primeieras eleições para as Assembleias Provinciais, marcadas para 16 de Janeiro de 2008 no país.
Maputo, Sexta-Feira, 26 de Outubro de 2007:: Notícias
O porta-voz do maior partido da oposição nacional, Fernando Mazanga, revelou ontem ao “Notícias” que a bancada parlamentar da minoria não vai negociar a emenda pontual do artigo 304 da lei fundamental do país, que fixa o prazo para a realização do pleito, avançando que qualquer que seja a proposta nesse sentido só será considerada num frente-a-frente entre as lideranças das duas maiores forças políticas nacionais.
Fernando Mazanga deu ainda a conhecer que a “perdiz” já tem na “manga” três exigências, sem as quais não haverá cedências, nomeadamente, a necessidade da reestruturação a todos os níveis do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), a suspensão imediata do actual recenseamento misto de raiz e a realização do registo manual a partir de Abril do próximo ano, bem como a realização das eleições provinciais em simultâneo com as autárquicas agendadas para 2008.
Na passada segunda-feira, o grupo maioritário depositou na sede do Parlamento os instrumentos de revisão da Constituição da República, em cumprimento da recomendação dada pela Comissão Política do partido Frelimo no sentido de se avançar com uma proposta para o adiamento da realização das eleições para as Assembleias Provinciais previstas para 16 de Janeiro de 2008.
Todavia, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, informou-nos que “houve também uma tentativa da chefia da bancada da Frelimo de entregar os mesmos instrumentos à bancada da Renamo-União Eleitoral, mas, sem sucesso. Nós estamos perante um problema político que deve ser resolvido a esse mesmo nível e não ao nível do Parlamento”.
O nosso entrevistado assegurou, porém, que a Renamo concorda com o adiamento das eleições provinciais marcadas para 16 de Janeiro, tendo em conta os problemas que enfermam o registo de eleitores e em resposta à vontade manifestada por diversos segmentos políticos e da socidade civil. “Não estamos interessados em criar uma crise política no país e, como tal, aguardamos a todo o momento que a Frelimo se aproxime de nós para iniciarmos as negociações”.