Porque me merece destaque, trago à "primeira página" o comentário colocado por umBhalane em:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2007/11/clera-j-comeou.html
"Segundo ao autor do artigo “Cólera já começou atacar população”, Sr. Conceição Vitorino, apesar do «Canal de Moçambique» ter alertado para a progressão de casos em 19 Novembro de 2007, casos esses que se vinham acumulando desde 8 de Outubro de 2007, depois de semanas de silêncio, o Sr. Ministro, Dr. Ivo Garrido acabou por reconhecer a existência da doença, da epidemia. Inclusivamente havia casos a darem-se, inclusive óbitos, sem serem reportados aos centros de saúde. Assim muitos doentes e mortos não são registados. Não sendo registado não há doença, nem há mortos. Tudo resolvido. Mas o Sr. ministro está preocupado. É o mínimo que se pode esperar de um governante. Mas qual é a resolução? Vejam só. “Devemos trabalhar em coordenação com estruturas dos bairros de modo a reduzir casos de cólera. É necessário termos um responsável na área de saúde em cada bairro para realizar trabalhos de educação sanitária. Depois da independência ficamos 10 anos sem termos cólera porque estávamos organizados tanto em casa, serviço e até no bairro diferentemente dos dias de hoje” Este discurso não faz lembrar nada? Continua. ““Ao nível da saúde deve ser promovida higiene individual, na família, na habitação e nos espaços públicos como ruas, passeios e valas”, recomenda o ministro.” Está certo, Sr. Ministro. Está certo. O Povo está “desorganizado”, esqueceram o modelo colectivo de inspiração soviética/chinesa/cubana/tanzaniana/outros que tais. Mal que lhe pergunte, Sr. Ministro. Vocês, o Governo, estão lá a fazer o quê? Ivo Garrido disse que “sendo a cólera uma doença grave e que pode matar rapidamente, é necessário que haja uma pronta resposta das autoridades de saúde e dos bairros no sentido de garantir a sua prevenção e controlo para a sua pronta resposta, diz o artigo. Então o Sr. sabe Sr. Ministro, só que desconseguiu. Certo? Mas ainda por cima, Sr. Ministro, vou-lhe transcrever partes de um estudo sobre a cólera em Moçambique.
Revista de Saúde Pública Print ISSN 0034-8910 Rev. Saúde Pública vol.28 no.5 São Paulo Oct. 1994 doi: 10.1590/S0034-89101994000500004 ARTIGO ORIGINAL Epidemiologia da cólera em Moçambique no período de 1973-1992 A história epidemiológica da sétima pandemia, iniciada há 32 anos nas Ilhas Celebes, na Indonésia, atingiu o continente Africano, em 1970. Em Moçambique, a cólera apareceu pela primeira vez em 1973, na Cidade de Maputo, propagando-se posteriormente pelo país durante as últimas duas décadas. A epidemia de cólera afectou, em 1973, 5 províncias do país, registrando-se 753 casos e 90 óbitos. De 1975 a 1977 apareceram alguns casos esporádicos, num total de 29, dos quais foram registrados 6 óbitos. A partir de 1979 a doença ocorre praticamente sem interrupção até 1984. Depois de um período de 4 anos, ressurgiu em 1989 na Cidade de Tete, Província de Tete, estendendo-se aos distritos de Moatize e Changara da mesma província. Os casos notificados de cólera incrementaram-se de 371, em 1989, a 31.731, em 1992, com uma taxa de incidência de 2,7/100.000 hab. e 211/100.000 hab., respectivamente. Apesar da taxa de incidência ter tendência ao aumento nesta duas décadas, a taxa de letalidade tem um comportamento decrescente.
O número de províncias e distritos afectados pela cólera também aumentou durante o mesmo período, com maior incidência nas capitais de província e nos distritos onde passam as principais vias de comunicação e se verificam maiores aglomerados populacionais (deslocados, refugiados, e outros) Sr. ministro, com doença não pode haver demagogia tipo revolucionária soviética. Eu lhe conheço, Sr. Ministro. Eu lhe conheço, desde aquele tempo. A cólera chegou a Moçambique em 1973 – 90 óbitos. Os piores anos de incidência de cólera em Moçambique foram 1982 (18,4), 1983 (86,8), 1990 (29,3),1991 (54,7) e 1992 (211,00). Vai dizer, há menos mortos.
Respondo:
1. Os medicamentos são mais eficazes;
2. Havia casos a darem-se, inclusive óbitos, sem serem reportados aos centros de saúde. Mas o maior problema é outro ainda Sr. Ministro. “Depois da independência ficamos 10 anos sem termos cólera porque estávamos organizados tanto em casa, serviço e até no bairro diferentemente dos dias de hoje” MENTIRA. MENTIRA Sr. Ministro. O quadro acima mostra isso perfeitamente. 1975 – Independência de Moçambique. 10 anos dá – 1985. 1979 a 1984 ficam nesses anos que o Sr. diz não ter havido cólera em Moçambique. Um governante pode desconseguir. Não deve ser incompetente. MENTIROSO? MENTIROSO? MENTIROSO? Impossívere, como si diz na minha tera, Sr. Ministro. 1 das conclusões que tiro, é esta. Por isso é que os Srs. não querem, não queriam, nem vão querer nunca, gente como eu em Moçambique. Nós não temos matope nos olhos. Matope – Lama, terra As outras conclusões competem ao Sr. Armando Guebuza, e ao Povo Moçambicano. "
QUADRO CÓLERA MOÇAMBIQUE
NOTA:
Com os agradecimentos, pelos esclarecimentos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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