A burocracia continua a emperrar o ambiente de negócios em Moçambique e são necessários no mínimo 10 documentos para a exportação de bens, disse hoje em Maputo o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Salimo Abdula.
Abdula apontou a burocracia, como um dos principais obstáculos à actividade das empresas em Moçambique, quando falava na X Conferência do Sector Privado, que hoje começou em Maputo.
O presidente da CTA comparou o custo de fazer negócios entre Moçambique e a vizinha África do Sul, concluindo que se gasta menos neste país que em Moçambique.
“Exportar pelo porto (sul-africano) de Durban custa 1 085 dólares, enquanto exportar pelo porto de Maputo gasta-se 1 115 dólares”, observou Salimo Abdula.
As altas taxas de juro e a escassez de financiamento também tornam as oportunidades de fazer negócios em Moçambique menos atraentes do que nos outros países da África Austral, acrescentou Abdula.
Para o presidente da CTA, a continuarem estes obstáculos, os empresários moçambicanos não estarão à altura de competir com os seus colegas da região, quando o protocolo que liberaliza o comércio na África Austral entrar em vigor, a partir de 2008, afirmou o presidente da CTA.
A alegada falta de diálogo entre o sector privado e alguns departamentos do governo entrava a procura de soluções para um melhor ambiente de negócios em Moçambique, disse ainda Salimo Abdula.
Abdula defendeu a criação de um fundo de apoio aos empresários moçambicanos, para que tenham capacidade de enfrentar a liberalização da economia regional.
Falando no encontro, o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, disse “estar desiludido” com a fraca aposta dos homens de negócio no mercado rural, apesar do enorme potencial aí existente.
“Falou-se (no encontro do sector privado) de muita coisa, mas pouco ou nada se disse sobre investimentos nas zonas rurais”, enfatizou Guebuza.
O presidente moçambicano incitou os empresários a virarem-se para parcerias com homens de negócios de outras partes do mundo, questionando mesmo se os empresários que integram as visitas presidenciais ao estrangeiro tiram algum benefício dessas missões.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 28.11.2007