A CGD é o accionista maioritário do BCI-Fomento, segundo maior banco moçambicano, com 51 por cento do capital, depois da reestruturação accionista hoje concretizada e que resultou da saída do grupo SCI e entrada de também moçambicano Grupo INSITEC.
Na nova repartição do capital, a Caixa Geral de Depósitos, que já era o maior accionista, com 42 por cento, passa a ser maioritária, com 51 por cento, o BPI mantém a participação de 30 por cento e o grupo INSITEC assume 19 por cento do capital.
A reestruturação resulta, como a agência Lusa tinha noticiado em Junho, da saída do grupo moçambicano SCI e a venda dos 28 por cento do capital que este tinha no BCI-Fomento à INSITEC e à CGD.
O responsável máximo pelo grupo moçambicano INSITEC, Celso Correia, foi confirmado novo presidente [não executivo] do Conselho de Administração do banco BCI-Fomento, em substituição de Magid Osman.
A entrada de Celso Correia, 29 anos, terá resultado de um financiamento para a aquisição de 19 por cento das acções da holding Grupo Moçambicano - SCI - criado pelo antigo ministro das Finanças de Moçambique Magid Osman, então accionista do banco.
Ibraimo Ibraimo, membro da direcção da consultora internacional Ernest &Young, é o vice-presidente do conselho de administração, assumindo a liderança das funções executivas do banco.
Recentemente, a imprensa moçambicana indicou que as movimentações no BCI-Fomento resultaram da saída de Magid Osman devido a supostos desentendimentos com o principal accionista, o banco estatal português CGD.
Magid Osman foi ministro das Finanças no primeiro governo de Moçambique pós independência, tendo assumido igualmente o cargo de governador do Banco Central moçambicano, na década de 1980.
Com a mudança accionista, o novo Conselho de Administração do BCI-Fomento tem agora nove administradores, dois indicados pela CGD, um pelo BPI e os restantes moçambicanos.
O BCI-Fomento surgiu em finais de 2004, da fusão entre o BCI (Grupo CGD) e o Banco Fomento (Grupo BPI), por incorporação deste último no BCI, tornando-se no segundo maior banco comercial do país, com uma quota de mercado em torno dos 30 por cento só superado pelo Millennium BIM, detido pelo grupo português BCP.
Em declarações aos jornalistas, Correia referiu que a transferência das acções entre os dois grupos moçambicanos resultou de um "processo longo e complexo", destacando tratar-se de um investimento muito grande, o que estimula o grupo INSITEC a apostar fortemente nos negócios em Moçambique.
"Para nós este é um investimento muito grande e, através deste investimento, o INSITEC aposta o compromisso de continuar a investir em Moçambique", disse, escusando-se a adiantar o montante disponiblizado para aquisição das acções no banco.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 23.11.2007