O presidente da RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, anunciou hoje que participará nas cerimónias de reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, interrompendo o boicote aos eventos organizados pelo Governo.
Dhlakama recusou-se, até ao momento, participar em qualquer cerimónia organizada pelo Governo do Presidente Armando Guebuza, desde que este assumiu em 2004 a chefia do Estado moçambicano, alegando a partidarização dos eventos oficiais pelo partido no poder, FRELIMO, e a marginalização da oposição.
Num breve comunicado de imprensa, a RENAMO informou hoje que o seu presidente participa na terça-feira, no Songo, centro de Moçambique, onde se situa a barrragem de Cahora Bassa, nas comemorações alusivas à transferência do empreendimento para Moçambique.
A festa contará ainda com a presença do Presidente moçambicano, Armando Guebuza, do ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos, dos chefes de Estado do Zimbabué, Robert Mugabe, da Zâmbia, Levy Mwanawassa, e do Botsuana, Festus Mogae, da vice-presidente sul-africana, Phumzile Mlambo-Ngcuka, e do primeiro-ministro da Suazilândia, Barnabas Dlamini
A passagem efectiva da infra-estrutura para Moçambique ocorre hoje, quando o governo moçambicano pagar a Portugal 700 milhões de dólares (471 milhões de euros), no âmbito do acordo de reversão assinado no ano passado.
No quadro do entendimento alcançado a 31 de Outubro de 2006 em Maputo pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, Portugal já recebeu 250 milhões de dólares (168 milhões de euros), o que totalizará depois da próxima tranche 950 milhões de dólares (640 milhões de euros).
Após a reversão, Moçambique passará a deter 85 por cento da HCB e o Estado português 15 por cento.
Actualmente, Moçambique controla apenas 18 por cento da barragem, enquanto Portugal tem o domínio dos restantes 82 por cento.
A cerimónia do pagamento da verba respeitante à reversão de Portugal para Moçambique da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) decorre, à porta fechada, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, a principal sala de reuniões da capital moçambicana.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.11.2007