Os lucros dos nove bancos comerciais moçambicanos aumentaram duas vezes e meia no ano passado, beneficiando do crescimento da economia e da actividade bancária, com o BIM, do Millennium Bcp, a reforçar a liderança no sector.
Os dados constam do relatório anual da banca moçambicana, elaborado pela Associação Moçambicana de Bancos e pela consultora KPMG, cujos dados foram recentemente divulgados em Maputo.
No ano passado, indicao documento, os nove bancos comerciais que operam em Moçambique lucraram no seu conjunto 2,3 mil milhões de meticais (64 milhões de euros), mais 145 por cento do que em 2005.
Apenas um banco - o Banco Mercantil e de Investimentos (BMI) - não registou um resultado líquido positivo no ano passado.
O BIM, do Millennium Bcp, registou um crescimento de 259 por cento nos lucros, para 1,6 mil milhões de meticais, distanciando-se do segundo maior, BCI-Fomento, que obteve um resultado líquido de 512 milhões de meticais, mais 143 por cento do que no período homólogo.
O maior crescimento nos lucros (365 por cento) foi registado pelo International Commercial Bank (ICB) de capital malaio, que, contudo, arrecadou apenas sete milhões de meticais.
O BIM mantém-se o maior banco comercial moçambicano, com activos de 24,7 mil milhões de meticais (mais um quinto do que no ano anterior), o que compara com os 7,67 mil milhões de meticais do BCI-Fomento.
O BIM tem actualmente 76 balcões e 191 máquinas multibanco, o que compara com 38 balcões e 71 máquinas do BCI-Fomento.
O estudo indica que os cinco bancos comerciais mais pequenos estão a concentrar-se no mercado de "nicho" de Maputo, onde estão os principais clientes.
Globalmente, refere o relatório, o valor dos empréstimos aumentou 24 por cento no país, em 2006.
Este aumento, indica, resultou num "crescimento da margem financeira na ordem de 63 por cento".
Os bancos beneficiaram ainda de um aumento das taxas de juro de referência e dos "spreads" bancários, relacionado com a decisão do Banco de Moçambique de obrigar a conversão dos empréstimos em moeda estrangeira para meticais, que têm juros mais elevados.
Os autores do estudo salientam ainda a "mais prudente" intervenção do banco central ao nível do mercado financeiro, a par de melhorias na gestão dos bancos comerciais, como importantes para a melhoria generalizada do desempenho bancário.
O crescimento real no sector ascendeu a 136 por cento, de acordo com os dados apresentados em Maputo.
Também a economia moçambicana deu "uma ajuda" crescendo em torno de 9,6 por cento no ano passado, acima da média de oito por cento registada na última década.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 27.11.2007