O jornalista angolano José Lelo, detido em Cabinda no passado dia 15 de Novembro, continua preso e está doente com malária, disse Eusébio Rangel, o advogado que o defende.
"Estive fora de Luanda durante as últimas duas semanas, mas hoje visitei-o e encontrei-o adoentado com paludismo [malária]. Aliás, fui eu que lhe comprei os medicamentos", disse o advogado.
De acordo com o causídico, a prisão preventiva do jornalista já ultrapassou os 45 dias máximos previstos inicialmente e, nesta fase do processo, não é possível prever uma data para a libertação de José Lelo.
"Não posso fornecer muitas informações, pois trata-se de um processo judicial que implica o segredo de justiça, mas digo-lhes que a Polícia Judiciária devolveu o processo ao magistrado do Ministério Público", disse Eusébio Rangel.
Salientando que "é tudo uma questão de paciência", o advogado referiu que há, de facto, "circunstâncias com alguma gravidade" em torno deste processo, que, por agora, se escusou a mencionar.
Já depois da detenção, decorreu, em finais de Novembro, na Polícia Judiciária Militar (PJM), em Luanda, o "reconhecimento entre todos os co-arguidos", o jornalista e os sete militares que o detiveram.
"No momento em que foi perguntado aos militares se conheciam José Lelo, estes responderam que não, e quando a mesma pergunta foi feita ao jornalista, este declarou igualmente que não conhecia os militares", explicou o causídico.
Rangel entende que o facto de não haver testemunhas que sustentem a acusação "é um dado fundamental" para o desenlace do processo, tendo em conta que "nenhum tribunal pode condenar alguém sem provas".
José Lelo trabalhava no momento da detenção para uma empresa ligada ao petróleo no enclave de Cabinda e já não era correspondente da Voz da América há vários meses.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.12.2007