O Governo moçambicano vai lançar a primeira pedra para a construção da fábrica de anti-retrovirais até finais de Março do próximo ano, que será erguida numa das províncias do sul do país, assegurou hoje fonte governamental.
"A partir de 2008 já não vou falar de planos, vou mostrar a fábrica. Vou convidar-vos e mostrar que (a fábrica de anti-retrovirais) está aqui, até 31 de Março", disse hoje aos jornalistas o ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido.
No início deste semestre, o executivo de Maputo aprovou a construção de uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais, para tratamento de portadores do HIV/SIDA, num projecto que conta com o apoio do Governo brasileiro e que as autoridades esperam possa impulsionar a produção de fármacos no país.
O ministro da Saúde moçambicano não avançou detalhes sobre o projecto, como a capacidade da fábrica ou custos envolvidos.
Anteriormente, o ministro-conselheiro da embaixada do Brasil em Maputo, Francisco Luz, estimou em 7,4 milhões de euros o custo de construção da fábrica, que poderá estar operacional em 2009.
"Decidiu-se que a construção da fábrica deve ser feita em módulos (...) Numa primeira fase pode-se optar por fazer um módulo de anti-retrovirais, depois de anti-maláricos e, seguidamente, de antibióticos. Com o lucro monta-se o módulo seguinte", afirmou o diplomata.
Para o ministro da Saúde moçambicano, a construção da fábrica permitirá ao país "ter acesso imediato aos anti-retrovirais", mas também contribuir para a "formação de recursos humanos" nacionais, "que estarão capazes de produzir, não apenas medicamentos anti-retrovirais, como outros".
O Brasil, um dos primeiros países em desenvolvimento a fornecer anti-retrovirais aos portadores do vírus do HIV/SIDA, permanecerá associado ao projecto até ao final.
O Brasil mantém um programa de Cooperação Internacional para Acções de Controlo e Prevenção da SIDA que já beneficiou vários países, entre os quais Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Timor-Leste.
Em Moçambique, 16 por cento de um universo de mais de 20 milhões de moçambicanos estão infectados com o vírus do HIV/SIDA, contabilizando-se 500 novos casos de infecção diária.
Pelo menos 90 mil moçambicanos infectados com o vírus que provoca o SIDA têm acesso aos medicamentos anti-retrovirais.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.12.2007