É SIMPLESMENTE impressionante o que está a acontecer desde as últimas semanas no vale do grande Zambeze, cujas inundações fustigam vastas áreas ribeirinhas das províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia. Para quem não acreditava que esta dura realidade se verificaria – quando há dias avançávamos em primeira mão que o caudal daquele que é um dos maiores rios do nosso continente iria registar subidas anormais a partir da primeira quinzena de Janeiro – a população daquelas regiões estão a testemunhar as piores adversidades atmosféricas na história do país, como resultado de chuvas abundantes que, teimosamente, ainda caem nos vizinhos Malawi, Zâmbia e Zimbabwe, para além da contribuição dos afluentes Revúbwè, Luenha e Chire.
Maputo, Quarta-Feira, 23 de Janeiro de 2008:: Notícias
Na verdade, num curto espaço de tempo começa-se a assistir a um grande transtorno na vida dos compatriotas que habitam o Vale do Zambeze, que experimentam desta forma os piores momentos das suas vidas. Ao mesmo tempo várias infra-estruturas socioeconómicas por lá localizadas, ao exemplo de estradas, escolas e postos de Saúde, também sofrem o efeito da tragédia.
As zonas tradicionalmente consideradas pelas autoridades comunitárias e administrativas locais como sendo as mais seguras para enfrentar as adversidades causadas por cheias e inundações pura e simplesmente se encontram agora engolidas pelas águas do Zambeze e seus afluentes. Estas zonas inclusive serviram, num passado recente, como “fortes” no processo de reassentamento dos afectados em ocasiões chuvosas. Referimo-nos a áreas como Samarucha, Jardim-Sede e Chirémbwè, no posto administrativo de Inhangoma, um pouco mais a montante do Zambeze, em Mutarara, província de Tete. Aqui, por isso mesmo, já não existe qualquer espaço físico para acomodar os infortunados.
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