A China está envolvida, desde Dezembro do ano passado, na construção de um centro de investigação agrária na província de Maputo, que se espera que esteja concluído até Outubro deste ano.
Prêve-se também o envio de 100 cientistas chineses para o local e a transferência de tecnologias indispensáveis à investigação agrária.
O projecto, que ocupa uma área de 50 hectares, está a ser implementado no distrito de Boane, província de Maputo. As equipas chinesa e moçambicana trabalham, desde Dezembro último, no estudo do terreno para o posterior arranque das obras de construção do centro.
O centro de investigação agrária será apetrechado por equipamento e reforçado em cerca de 100 cientistas chineses ligados ao ramo, bem como a transferência de sementes melhoradas da China para galvanizar a produção agrária no país, garantiu, esta segunda-feira, o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, que se encontra desde domingo último em Maputo.
Na manhã desta segunda-feira, Wan Gang e a delegação que o acompanha, bem como o ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique, Venâncio Massinga, visitaram o local onde serão construídas as instalações do centro de investigação agrária de Boane. Depois deslocaram-se ao distrito da Moamba, também província de Maputo, onde visitaram o terreno onde serão erguidas as instalações do Parque de Ciência e Tecnologia, compreendendo uma área de 365 hectares e avaliado em 70 milhões de dólares americanos.
Os dois ministros não quiseram avançar em que moldes a China vai apoiar a concretização deste último projecto, deixando que tal dúvida seja dissipada no acordo de cooperação a ser assinado esta tarde, entre as duas partes, na cidade de Maputo.
Questionado se este esforço de busca de cooperação na área de ciência e tecnologia, especificamente para a área agrária está inserido no projecto da “revolução verde” que o Governo almeja levar a cabo, Venâncio Massinga garantiu que este é sem dúvida um dos grandes objectivos, sem ignorar, no entanto, a ciência e tecnologia para outras áreas fora desta.
Refira-se que a deslocação do ministro da Ciência e Tecnologia da China a Moçambique surge em resposta ao apelo feito pelo presidente moçambicano, aquando da visita do seu homólogo da China, Hu Jintao, nos princípios de ano passado, em que manifestou o interesse de ver reforçada a presença daquele país asiático na ciência e tecnologia.
A República Popular da China conta com 54 centros de investigação agrária e Moçambique apenas 13.
Ricardo Machava - O PAÍS - 21.01.2008