África Austral
- A Electricidade de Moçambique diz que o País é o único auto suficiente na região
- A Mozal, com um consumo de 900 Megawatts tem um contrato independente com a República da África do Sul, através da Motraco
A República de Moçambique não está e nem será afectada pela crise de energia que afecta toda a região austral de África, segundo assegurou ao media mediaFAX, o administrador para a área de produção e redes na Electricidade de Moçambique (EDM), Augusto de Sousa Fernando.
Esta crise é interpretada como consequência da falta de planeamento a longo prazo por parte dos governos da África Austral.
Por causa da crise, a empresa sul africana ESKOM, confirmou ontem ter cortado os seus abastecimentos à Suazilândia, Namíbia, Botswana e Zimbabwe, o que coincidiu com notícias daqueles países dando conta
de quebras na rede eléctrica em zonas extensas no decorrer no último fim de semana.
O País tem um pico de consumo de energia que atinge os 360 Megawatts, dos quais, 240 na região sul com destaque para a cidade e província de Maputo.
Segundo soubemos, são estes 240 Megawatts de potência que vêm em trânsito da África do Sul para a República de Moçambique, depois de sair da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
Segundo argumenta aquele responsável da EDM o País é auto suficiente em matéria energética, diferentemente de muitos países da região que são completamente dependentes da importação. A fonte do mediaFAX indicou as barragens de produção eléctrica de Cahora Bassa, de Chicamba e Mavuzi, no norte e de Corumana no sul, como centrais que fornecem energia ao País, bem como, a alguns da região austral.
Augusto Fernando explicou que a energia para a zona norte do país é fornecida pela linha denominada centro - norte e o centro por parte da energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, enquanto que a região sul de Moçambique consome a energia que, de trânsito, vem da República da África do Sul depois de sair da HCB.
“No fundo, o que nós temos é um contrato de trânsito (espécie de um ciclo em que se paga a portagem).
Temos ainda alguns acordos que chamamos de back up com a África do Sul em que, se existe algum problema com a linha de transporte da energia com esta rota, nós temos obrigatoriamente que ter fornecimento. Então, neste caso, a ESKOM é que assegura” – disse para depois acrescentar, “neste momento, somos os únicos na região que produzimos e não importamos energia”.
Entretanto, existem algumas zonas fronteiriças de Moçambique que consomem energia proveniente de países vizinhos como Zobuè, Cuchamano e Mandimba, mas em pequeníssimas quantidades.
Por causa desta aguda crise energética que fustiga a região austral de África, no norte do Zimbabwe e sul da Zâmbia, segundo a agência de notícias financeiras Fin24, verificaram-se interrupções de longa duração no abastecimento de energia eléctrica, enquanto a Namíbia se virou para o Zimbabwe, como futuro abastecedor de electricidade através de um investimento em centrais geradoras em estado de degradação.
A fonte avança ainda que, o reino da Suazilândia, que depende quase exclusivamente da África do Sul para a satisfação das suas necessidades energéticas, está a negociar com Moçambique uma nova fonte alternativa e duradoura de fornecimento de energia.
(F. Mbanze) - MEDIA-FAX - 24.01.2008