Afirma comandante da resistência
Após decénios de intervenção militar em Angola e Cabinda, as tropas cubanas estão de regresso, denunciaram militares da resistência. Um importante contingente de soldados negros de Havana tem sido localizado no norte e centro de Cabinda.
«Cabinda é um inferno para os angolanos» afirmara o comandante Pirilampo (na foto) à PNN, revelando as dificuldades das tropas de Luanda a operarem em Cabinda, assim como da incapacidade de neutralizarem a resistência que multiplica as acções em todo o território.
A frequência dos ataques registados no final de 2007, e a multiplicação das acções em Janeiro de 2008, ruíram os argumentos da pacificação de Cabinda avançados por Angola, pondo em causa a viabilidade da aplicação do Memorando de Entendimento agravado pelo cepticismo das empresas estrangeiras a investirem no território alegando «problemas de segurança».
A retracção das implantações de empresas estrangeiras em Cabinda está já a suscitar uma forte apreensão junto do círculo próximo a FCD (Fórum Cabindês para o Dialogo) de António Bento Bembe que apostava no desenvolvimento económico do território como uma das vias para o atenuamento das aspirações nacionalistas consequentemente uma minimização do papel da resistência apoiada na população.
Perante o fiasco militar Luanda decidiu apelar novamente ao apoio militar cubano, tal como acontecera durante a guerra da Independência angolana e a partir de 1974, quando Havana se investiu a apoiar os irmãos ideológicos comunistas, MPLA, que se confrontavam com a UNITA de Jonas Savimbi.
Segundo o comandante «Pirilampo», desembarcaram Cabinda seis brigadas de cubanos «negros». O mesmo militar avança que as brigadas de cubanos chegaram a Tchiowa e foram imediatamente transferidos para Dinge sob o comando do general Wala, passando a operar nas áreas de Necuto, Miconje e Buco Zau.
«Pirilampo» afirma que o contingente que chegou ao território é composto por «velhos militares cubanos reforçados por jovens recentemente chegados de Cuba», nesses efectivos encontram-se também militares cubanos que garantiam a segurança do Palácio Presidencial em Luanda, «transferidos após as tensões e suspeitas» que recaem sobre o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior «Kopelipa», garantiu o mesmo militar da resistência em Cabinda.
(c) PNN Portuguese News Network - 23.01.2008