Dhlakama diz:
“Algumas vezes eu me pergunto porque continuo a sofrer neste País. Porque continuo a aceitar ser insultado, ser roubado, mas bem pensado eu digo: vale a pena porque está claro que eu nasci para sofrer por este País e por este povo” – Afonso Dhlakama na cerimónia de homenagem por ter sido eleito “modelo de oposição em África e garante da paz em Moçambique”O Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, disse ontem em Maputo que ele é o garante da paz e estabilidade no País, pois, segundo ele, há bastante tempo que vem suportando alegados insultos vindos de vários cantos do País além da pressão que diz estar a conseguir controlar vinda de membros e simpatizantes da Renamo que, alegadamente exigem que ele (Dhlakama) tome medidas radicais para parar com as humilhações que, a Renamo tem sido vítima.
“Os membros e simpatizantes da Renamo já estão cansados e exigem que eu tome medidas para arrumarmos todas estas brincadeiras. Mas, eu sempre digo não, não e não. Porque eu tenho fé que nasci para trabalhar para este País e tenho fé que vou conseguir educar os nossos detractores. Deus existe...” – disse Dhlakama que já veio a público dizer que se vai recandidatar a Presidente da Renamo e, consequentemente, candidato da Renamo às eleições presidenciais do próximo ano.
Ainda ontem, Dhlakama reiterou esta pretensão, “a Renamo ainda me quer. Eu já tenho mais de 50 anos, mas ainda me sinto como jovem de 30 anos. Sinto que ainda tenho que ajudar este partido e este País”.
“No dia em que a Renamo disser que já não me quer, claro que vou sair e deixar o lugar para outros” – disse.
Para Dhlakama, o prémio que recebeu da Comunidade Internacional, bem como das religiões moçambicanas é resultado do espírito de liderança que, segundo ele, tem conseguido impor no seu partido.
“Muitas pessoas não sabem o que é ser líder. Muitas pessoas são chefes, dirigentes apenas, mas não são líderes.
Um líder verdadeiramente dito, sou eu que consegui comandar a Renamo e continuo a comandar. Ser líder é saber aconselhar as pessoas a unirem-se e não pautarem por pegar em armas.
Isso eu estou a fazer e vou continuar a fazer” – disse.
Dhlakama foi agraciado com o prémio “modelo de oposição em África e garante da paz em Moçambique pelo
Conselho de Religiões de Moçambique (COREM) e pela Interfight Peace Building Initiative, uma organização da Etiópia que tem mediado vários conflitos em África, sobretudo na região dos Grandes Lagos e ainda pela United Religions Initiative for Africa.
(F. Mbanze) - MEDIA FAX - 25.01.2008