NO MESMO PERÍODO CINCO RAPAZES VIOLADOS SEXUALMENTE
São apenas 1.907 homens – os registos referem-se apenas aos que se queixaram – que foram espancados pelas respectivas esposas no âmbito da hoje tão falada violência doméstica no nosso ambiente.
Estes dados são da responsabilidade do Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança no Ministério do
Interior (MINT) – que não negligenciam denúncias de homens seviciados pelas respectivas companheiras – ocorridos ao longo de 2007.
Em declarações ao Correio da manhã, Lurdes Mabunda, chefe daquele gabinete, sublinhou que “é cada vez mais crescente o número de homens que se declaram vítimas de agressão física protagonizada pelas suas esposas, o que pode significar que elas estão a se informar mais sobre os seus direitos”.
Embora o número de homens vítimas de agressão seja relativamente expressivo, a maioria dos casos de violência doméstica continua a ser infringida contra mulheres, segundo aquela fonte policial, acrescentando que, no período em apreciação, foram agredidas pelos seus maridos, aproximadamente, oito mil mulheres.
O consumo excessivo de álcool, drogas e infidelidade conjugal são as principais razões apontadas para a ocorrência daquele tipo de crime.
De referir que, só na cidade de Maputo, o número de homens agredidos pelas respectivas companheiras de lar foi de 65, enquanto que perto de 346 outros procuraram as autoridades policiais para se queixar das respectivas mulheres (Cm Nº 2498).
Violação sexual
Num outro desenvolvimento, aquela responsável revelou que cinco rapazes de idade variando entre os dois e 17 anos foram vítimas de violação sexual, acções protagonizadas por indivíduos adultos do sexo masculino, segundo Mabunda.
Ela acrescentou que aquela prática tem vindo a ganhar grandes proporções nas principais cidades moçambicanas.
“Porém, aquele número não espelha a realidade dado que a maioria das vítimas prefere ocultar o crime por temer eventual discriminação no seio da sociedade”, salientou a chefe do Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança no MINT.
Lurdes Mabunda admitiu, entretanto, que a sua instituição tem dificuldades de pôr cobro àquele fenómeno pelo facto da legislação moçambicana não fazer nenhuma referência específica à proibição da prática de pedofilia e de homossexualismo.
(J. Ubisse) - CORREIO DA MANHÃ - 21.01.2008