O número de pessoas deslocadas pelas cheias no vale do Zambeze, centro de Moçambique, elevou-se para 77.150, enquanto as descargas efectuadas pela barragem de Cahora Bassa estabilizaram.
De acordo com o porta-voz do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), Belarmino Chivambo, não se registou nas últimas 24 horas nenhum óbito relacionado com as cheias, mantendo-se em quatro o número de pessoas mortas em consequência das inundações, arrastadas pelas correntes, mais três óbitos devido a ataques de crocodilos, que proliferam na área devido à subida das águas.
A barragem de Cahora Bassa, uma das principais fontes de inundações no vale do Zambeze, continua a registar pequenas oscilações nas suas descargas, mas com uma tendência para a estabilização.
Nas últimas 24 horas o volume das descargas de água da sua albufeira em direcção ao vale do Zambeze era de 4.800 metros cúbicos por segundo quando há dois dias era de 4.600 metros cúbicos por segundo (depois de ter atingido um pico de 5.500 metros cúbicos por segundo na actual estação chuvosa).
Nas cheias do ano passado, as descargas superaram os 8.000 metros cúbicos por segundo.
O porta-voz do CENOE apontou o rio Púngué como um dos principais focos de preocupação das autoridades, já as chuvas que têm caído a montante, no Zimbabué, poderão reflectir-se nos próximos dias no caudal do rio em Moçambique.
O governo estimou, entretanto, em 24 milhões de euros o montante necessário para fazer face às inundações no centro de Moçambique.
Ainda assim, o executivo moçambicano continua a pôr de lado a hipótese de lançar um apelo internacional, confiando nos recursos internos e noutros prometidos pelos parceiros de cooperação.
As autoridades moçambicanas prevêem para Fevereiro a ocorrência de ciclones que, a juntarem-se às cheias, poderão contribuir para mais de um milhão o número de desalojados por calamidades naturais em 2008 e provocar necessidades financeiras acima dos 300 milhões de euros.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 22.01.2008