Estamos incrédulos, nós massa crítica, ao acompanhar mais uma vez o espectáculo da governação do Ministro Ivo Garido. Antes de mais, deixar clarificado que não pretendemos ridicularizar tudo de bom que o Ministro fez desde que ta no “no cume”, mas deve-se, segundo princípios por resgatar, ser nossa postura, enquanto “racionais” reflectir sobre os nossos problemas.
O desenho deste exercício de reflexão inicia com a necessidade de expor certas limitações de compreensão de obrigações/deveres instituídos por lei. De forma clara e simples, eu povo moçambicano não entendo “qual é o papel do Ministro”, “quando devo dizer que o Ministro está a trabalhar bem”, “quais as responsabilidades do Ministro”.
A governação em Moçambique é emotiva, existe um conjunto de situações socio-políticas que não permitem que sejamos dirigidos/governados pelos melhores, a todos níveis, desde o chefe de secção. Esse é quanto a mim um problema grave que vitima todos sectores de actividade, inclusive o sector privado. Não sabemos distinguir os melhores, não sabemos como são os melhores e porque são melhores.
A governação emotiva de Moçambique impede que o programa do governo seja racionalmente cumprido, até porque “não se consegue formular um raciocínio inteligente se não conseguirmos controlar as emoções”, exemplo disso é o que se assiste nos mídia”sensacionalismo demagogo”.
Acuso o Sr Ministro de não conseguir controlar as suas emoções e com isso criar um ambiente de trabalho desconfortável no sector que dirige. O problema do sector de saúde em Moçambique é complexo, todas as irregularidades identificadas pelo Sr Ministro são legítimas, mas a razão obriga-me a discordar do seu método de resolve-los. Tal como em todo o aparelho do estado o sistema é que está a falhar, a solução não será encontrada se nos preocuparmos com casos isolados. Nós temos em todas instituições do estado células do partido Frelimo, alguém já pensou nas “implicações desse fenómeno no cumprimento das actividades planificadas”, claro que não. Existe dinheiro das instituições a ser gasto para o funcionamento das células (impressões, telefone, transporte,etc.), inclusive a utilização da hora do expediente para tratar assuntos do Partido. Ainda relacionado com a politização do estado, considero o “favoritismo político” como a evidência mais clara da fraqueza do estado.
Então Sr. Ministro, se já identificou os problemas estude as soluções com franqueza, sem subestimá-los porque não são problemas só do teu Ministério são problemas implantados pelo sistema, “um problema bem estruturado é um problema meio resolvido”.
De um leitor identificado