Adubos de Sangue
-Escravatura laboral em causa numa empresa ligada a figuras da nomenklatura
- Uma das firmas na sociedade proprietária está registada no paraíso fiscal das Seychelles
- “Fábrica” funciona num armazém adaptado na estação de Caminhos de Ferro de Gondola e é administrada por ex-funcionário do SNASP
Por André Catueira, em Chimoio
A Inspecção do Trabalho suspendeu as actividades da Mozambique Fertilizer Company (MFC), empresa de processamento de adubos no distrito de Gondola, província de Manica, por reincidência no abuso e violação dos direitos laborais dos trabalhadores. A firma, cujas acções, segundo nos revelaram, são detidas maioritariamente por figuras adstritas à nomenklatura, foi igualmente multada na ordem de 200 mil meticais por várias infracções. O SAVANA apurou que uma das figuras ligada a esta empresa ocupa uma importante posição no actual governo de Armando Guebuza. Outra personalidade, que detém interesses da firma, mas cujo nome também não aparece nos registos comerciais, ocupou, no passado, um cargo de destaque na Direcção-Geral das Alfândegas de Moçambique. Formalmente, os sócios maioritários da MFC estão registados no paraíso fiscal das Seychelles e o administrador era funcionário do tristemente célebre SNASP.
Na operação movida pelo ministério dirigido por Helena Taípo ficou, igualmente, suspenso o chefe da fábrica e responsável pela produção, Hilla Daude, um cidadão libanês, por falta de contrato de trabalho e sem autorização de residência no país mas que trabalhou anteriormente em Nampula, segundo os trabalhadores.
A “fábrica” funciona num antigo armazém de vagões e locomotivas na estação ferroviária de Gondola, estando a instalação cercada por material obsoleto de via e obras pertencente aos CFM(Caminhos de Ferro de Moçambique).
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