AS ruínas de Inhaminga, vila-sede distrital de Cheringoma, em Sofala, estão sendo substituídas e ocupadas ordeiramente por cidadãos que juntamente com o governo distrital procuram apagar o rasto aterrorizador do último conflito armado, marcado por destituições, cujas marcas ainda são visíveis naquela que era tida nos tempos como sendo a maior vila ferroviária daquela região do país.
Maputo, Quinta-Feira, 28 de Fevereiro de 2008:: Notícias
Aos poucos, a vila de Inhaminga está a recuperar de estética, vendo-se imóveis reabilitados e pintados com cores alegres. Lá para as zonas pouco distantes do ”coração” da vila, estão a surgir novas construções de casas melhoradas e ainda decorre o parcelamento de talhões para atribuir a centenas de candidatos que quase diariamente solicitam espaço para o efeito.
A onda de construções e reabilitação de imóveis está a motivar a outros cidadãos que ainda vivem em casas precárias a embarcarem para essa nova realidade de edificação com material convencional.
A nossa Reportagem viu, pelo menos em cinco palhotas, os seus proprietários a fabricarem blocos para suas futuras casas com material convencional.
Henriques Bongece, administrador local, disse em entrevista à nossa Reportagem em Inhaminga, que o Governo tem incentivado aos cidadãos a ocuparem os espaços e a desenvolverem o distrito. Para o nosso interlocutor, a nova imagem que se assiste na vila-sede, em particular e no distrito em geral, é a resposta que a população está a dar aos apelos lançados pelo Executivo que, segundo ele, são acompanhados pelo apoio moral.
“Os comerciantes e outros estão a afluir porque apoiamos moralmente, pois antes eles se retraíam devido aos homens armados que mesmo depois da guerra se encontravam aqui na sede distrital. O nosso trabalho permitiu que os homens de negócio entrassem em massa e investissem o seu próprio capital”- disse.
Bongece disse ainda que no seu gabinete tem recebido muitos pedidos de edificação de infra-estruturas, ocupação de ruínas e sua reabilitação, bem como para novas parcelas. Afirmou que há pouco tempo foram parcelados 300 novos talhões.
De referir que a vila de Inhaminga foi grandemente afectada pela guerra dos 16 anos. A Renamo havia-se afixado naquela região, na qual se servia de centro de abastecimento de armamento.
Rodrigues Luís