Júlio Magalhães
Este livro não é um ajuste de contas
Já passaram muitos anos. Os suficientes para que se aborde o tema da descolonização sem complexos. Sem raiva. Júlio Magalhães, que o público conhece da televisão, estreia-se no romance com um livro sobre a ponte aérea entre Lisboa e Angola. Com lançamento previsto para 6 de Março, ‘Os Retornados – Um Amor Nunca se Esquece’ é um livro de quem sabe o que escreve.
- Que memória guarda de África?
- Voltei com 13 anos. Tenho memória de tudo – da minha casa, do sítio onde brincava, do Rio das Pedras, da minha escola, a infantil, ‘Os Piriquitos’, depois a nº 60 Luís Vaz de Camões. Se voltasse lá (Sá da Bandeira, actual Lubango) tenho a certeza de que ia direitinho aos sítios onde vivi, brinquei e estudei.
- Como foi o regresso?
- Eu e o meu irmão viemos à frente, em 1975. Passados dez meses veio a minha mãe com a minha irmã. Ficámos em casa de família, no Porto. O meu pai permaneceu para tentar trazer alguma coisa, mas acabou por vir sem nada.
- Percebeu o que se passava?
- Sim, sobretudo no aeroporto de Luanda, quando me despedi dos meus pais. Foi o momento mais difícil. E antes, em Sá da Bandeira, quando me despedi dos meus amigos. Sabíamos que em breve estaríamos todos no continente.
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