Nos distritos de Malema e Ribáuè
A produção de tabaco na província de Nampula está a ser afectada, nos últimos tempos, em consequência do decréscimo da respectiva produtividade nas regiões tidas como tradicionais fomentadoras desta cultura de rendimento.
A título de exemplo, o distrito de Malema registou um decréscimo de cerca de 50 por cento, ou seja, enquanto na campanha passada (2006/2007) foram realizadas 1.072 toneladas, estima-se que apenas 588 toneladas daquela cultura de rendimento é que serão obtidas na campanha ora em curso, o que está a preocupar as autoridades.
José Varimelo, director provincial da Agricultura em Nampula, observou ao nosso jornal que a baixa de produtividade do tabaco tinha a ver com a recepção atrasada, por parte dos produtores, de fertilizantes e doutros insumos agrícolas provenientes da empresa concessionária que opera naquela área, o que terá afectado as projecções levadas a efeito.
De acordo com o nosso entrevistado, realizou-se, recentemente, um encontro em Malema que reuniu diversos operadores e autoridades locais, cujo objectivo assentou no debate acerca do futuro da concessão daquela cultura de rendimento no país e, particularmente, na nossa província.
O grande problema reside na capacidade do actual operador em relação à área concessionada. Porque parece a área é extensa demais para a sua capacidade. Afirmou Varimelo, acrescentando que no aludido “meeting” aventou-se a possibilidade das autoridades locais submeterem, ou não, uma proposta ao Ministério da Agricultura no sentido deste proceder a uma reavaliação das concessões de produção e comercialização do tabaco.
Por seu turno, o responsável distrital dos Assuntos Económicos em Malema, Tadeu Mariano, confirmou ao Wamphula Fax que o decréscimo da produção de tabaco naquela região prendia-se com factores de índole técnica, especificamente na importação e distribuição algo tardia dos insumos concedidos à título de crédito aos pequenos produtores daquele distrito.
É óbvio que este atraso traz consequências negativas para o desenvolvimento das plantas. Observe-se que estamos já em Fevereiro e essas plantas ainda não atingiram sequer um metro de altura. Para além de que não possuem o número de folhas suficientes que permita o início da respectiva colheita ainda no mês em curso. Explicou o nosso interlocutor, a concluir.
Refira-se que o distrito de Ribáuè, concretamente em Iapala, dos 33.383 hectares previstos para 2006/2007, apenas foram realizados 5.300 hectares, o que significou uma redução, em relação à campanha anterior (2005/2006), em mais de 71 por cento, conforme dados fornecidos ao nosso jornal pelo governo daquele distrito.
Os mesmos elementos apontavam que, em consequência da situação, registou-se uma significativa redução
das áreas de cultivo e do número de produtores que se dedicavam àquela cultura de rendimento.
WAMPHULA FAX - 22.02.2008