OS dois batelões baseados no grande Zambeze que operam entre as margens das regiões de Caia, em Sofala, e Chimuara, na Zambézia, voltaram há dias a navegar normalmente sobre o leito daquele rio no transporte de pessoas e bens.
Maputo, Sábado, 29 de Março de 2008:: Notícias
Esta situação acontece dois meses depois de as mesmas embarcações terem interrompido a sua actividade em consequência das cheias daquele curso de água registadas este ano e que resultaram na completa remoção dos solos na via de acesso às duas principais rampas daqueles meios flutuantes. Para já, os dois sítios críticos encontram-se completamente restaurados.
De acordo com Elias Paulo, director do Gabinete de Projecto de Construção da Ponte sobre Zambeze, depois do abrandamento do caudal daquele rio o empreiteiro português formado pelo consórcio Mota-Engil e Soares da Costa lançou-se rapidamente na reposição dos solos arrasados pela fúria das águas naquele troço, numa extensão de aproximadamente 500 metros, o que propiciou que a travessia sobre aquele rio voltasse à normalidade. Neste momento o tráfego de camiões-cavalo varia entre 35 e 40 unidades nas duas margens por dia.
A operação daqueles meios de transporte fluvial fora do leito do Zambeze chegou mesmo a condicionar, em Janeiro passado, a circulação de veículos-automóveis. Parte das bermas da via de acesso apresentavam-se com os solos arrasados. Uma parte da estrada estava submersa com sítios críticos, sendo transitável numa extensão de 1700 metros.
Ainda na passada fase crítica das cheias daquele rio, as Forças da Marinha de Guerra e da Polícia de Trânsito jogaram um papel de relevo, evitando a ocorrência de acidentes de viação, ao disciplinarem o estacionamento de viaturas a uma distância de aproximadamente quatro quilómetros para depois descerem gradualmente quando ordenadas.
Na altura o rio apresentava fortes correntes, o que contribuía negativamente para uma maior pressão no exercício das actividades da tripulação e nas embarcações, chegando mesmo a não obedecer às regras de manutenção daqueles meios. Em face disso, passava-se horas a fio para a travessia, o que multiplicava o número de viagens dos batelões, facto que originava o congestionamento de veículos-automóveis nas duas margens.
Mesmo com estes constrangimentos, os utentes comportavam-se de forma exemplar, mormente os motoristas de longo curso, o que fez com que não houvessem desmandos na travessia, tal como era cíclico nos anos anteriores.
Segundo a nossa fonte, esta situação encontra-se complemente ultrapassada e as duas embarcações ali baseadas no transporte de pessoas e bens, nomeadamente “Caia” e “Chimuara”, de 120 e 90 toneladas cada uma, respectivamente, já circulam normalmente e exclusivamente pelo leito do Zambeze deixando de contornar o percurso de 2500 metros até ao canal de Sena para os habituais 700. O tempo de viagens também reduziu de 50 para 10 minutos.
Horácio João