Canal de Opinião:por Manuel de Araújo(*), Com nomeação do ministro da Defesa
O presidente da Republica, Armando Guebuza, restabeleceu o equilíbrio étnico na gestão do poder em Moçambique, ao exonerar Tobias Dai, do cargo de Ministro da Defesa Nacional, e ao nomear em despacho separado, Filipe Jacinto Nhussi, de 49 anos para o mesmo cargo.
Esta nomeação ocorre um ano depois das explosões nos paióis de Malhazine, que vitimaram mais de 100 cidadãos nacionais e destruíram varias residências e bens económicos. Desde então, a opinião pública nacional tem vindo a pedir a cabeça de Dai, por sinal cunhado do chefe de Estado.
A nomeação do novo timoneiro ocorre uma semana depois de Guebuza ter mandado para a reserva o Chefe e Vice-Chefe do Estado Maior das Forcas Armadas de Defesa de Moçambique, nomeadamente, General Lagos Lidimo e Tenente General Mateus Ngonhamo.
A nomeação de Nhussi, vem restituir o equilíbrio na gestão étnica do poder em Moçambique, desequilibrado semana passada com a passagem a reforma do General Lagos Lidimo.
Observadores atentos à política moçambicana argumentavam que a saída de Lidimo das forças armadas, não era bem vista pelos macondes, uma etnia que se notabilizou na luta de libertação de Moçambique, e que desde a independência nacional tem dominado as hierarquias militares no ministério da defesa.
A substituição de Lidimo (Maconde) por Paulino Macaringue (Ronga-Changana), desequilibrava a correlação de forças e a balança de poder etnico-politico, pelo que a nomeação de Nhussi (Maconde), vem restabelecer. Lembre-se que Alberto Chipande (Maconde), foi Ministro da Defesa Nacional de 1975 até a década 1990. (Manuel de Araújo) (*) Deputado da Assembleia da República pela Bancada da Renamo-União Eleitoral
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 31.03.2008