TRÊS novas variedades de mandioca resistentes à podridão radicular vão ser introduzidas no país com vista a fazer face à crise que afecta aquela cultura produzida por mais de 70 por cento da população moçambicana.
Maputo, Sábado, 29 de Março de 2008:: Notícias
As novas variedades foram recentemente desenvolvidas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) e encontram-se em processo de registo. Entretanto, foi oficialmente há dias lançado em Maputo um vídeo didáctico e informativo sobre a cultura da mandioca, desde o processo de cultivo, processamento e utilização em Moçambique.
O vídeo, que se enquadra nos esforços de fomento da cultura da mandioca em moldes mais assistidos pela investigação agrária, foi lançado no âmbito da visita de trabalho que o titular do pelouro da Agricultura, Soares Nhaca, efectuou ao IIAM.
De acordo com informações disponíveis, o vídeo resume os aspectos mais relevantes da cadeia de produção da mandioca, incluindo as potencialidades da cultura, as características das áreas destinadas ao seu cultivo, bem como a época de plantio por zonas agro-ecológicas.
A mandioca, a segunda cultura mais importante em Moçambique, é cultivada por mais de 70 por cento da população em todas as províncias, com maior predominância na região norte do país. A província de Nampula é a maior produtora, chegando a registar uma produção anual de cerca de dois milhões e trezentas mil toneladas, com rendimento calculado em 8 toneladas por hectare.
Ao nível mundial, a mandioca perfaz uma produção anual de cerca de cento e setenta milhões de toneladas, ocupando o oitavo lugar de entre as principais culturas.
Entretanto, além das três variedades de mandioca resistentes à podridão radicular, Calisto Bias, director-geral do IIAM, disse que o seu sector colocou à disposição dos produtores 50 mil plântulas produzidas por via cultura de tecidos.
O IIAM acaba também de desenvolver mais duas variedades de milho e tem quatro clones de cajueiro em processo de registo.
Três clones de batata-reno esperam pela libertação, o que significa que poderá em breve iniciar o processo de produção local da semente de batata-reno. Segundo Calisto Bias, o desafio do seu sector é produzir uma semente que não exija grandes tecnologias e investimentos para a sua conservação.