UM MILHÃO, quinhentos e cinquenta mil dólares será investido a partir do próximo mês na região continental do Lumbo, município da Ilha de Moçambique, província de Nampula, na implementação de projectos económicos que visam estimular a instalação de pequenas e médias empresas, sobretudo viradas para o processamento de produtos agrícolas e marinhos. A iniciativa tem uma componente social virada para o reforço da capacidade de abastecimento de água que actualmente constitui uma grande dificuldade.
Maputo, Segunda-Feira, 31 de Março de 2008:: Notícias
O anúncio do desembolso daquele montante foi feito na quarta-feira passada por João Cravinho, Secretário de estado português para a Cooperaçã, que salientou que o montante resulta das contribuições da UNIDO - agência das Nações Unidas para a Promoção do Desenvolvimento-e do Governo de Portugal.
O governante português acrescentou que a organização mundial do turismo e a UNIDO, desenvolveram conjuntamente uma estratégia de desenvolvimento da região do Lumbo onde estão em curso actividades no quadro do programa Vila do Milénio, que contempla a formação de grupos sociais locais nas componentes de gestão e negócios, os quais arrancam na próxima semana.
Destacou que é do interesse da UNESCO, dos Governos do Japão e de Portugal transformar a região do Lumbo num ponto atractivo para a promoção de actividades de geração de rendimento, com particular destaque para o turismo, agricultura, pesca artesanal e para conferir valor acrescentado aos produtos das pequenas e médias empresas de transformação.
A região do Lumbo enfrenta dificuldades de abastecimento de água, e o projecto visando a promoção das pequenas e médias empresas contemplou acções que visam melhorar significativamente a oferta do produto às comunidades ali baseadas. Com efeito, a conduta que transporta água da estação de captação para a vila do Lumbo, numa extensão de cerca de 16 quilómetros, será reabilitada para permitir a ampliação da sua capacidade.
O Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, que testemunhou a cerimónia, anunciou a disponibilização de fundos para o desenvolvimento do Lumbo e disse que o super povoamento da Ilha de Moçambique dificulta a implementação de acções conducentes a tornar a cidade num local histórico e cultural atractivo.
Na sua óptica, a pressão demográfica que se assiste na Ilha, que devia possuir cerca de metade do total dos seus habitantes neste momento estimado em 14 mil pessoas, dificulta a manutenção e conservação do património histórico, como agrava as condições de saneamento, o que por lógica pode afugentar os turistas.
Assegurou, no entanto, que o seu Governo vai continuar a desenvolver esforços para junto de outros parceiros e de agências internacionais do sistema das Nações Unidas mobilizar fundos que possam ser investidos no desenvolvimento da Ilha de Moçambique, sobretudo na área cultural que deve ser aglutinada à social e económica, com enfoque para o continente.