Brandão Ferreira*
“Essas poucas páginas brilhantes e consoladoras que há na História do Portugal Contemporâneo escrevemo-las nós, os soldados, lá pelos sertões da África, com as pontas das baionetas e das lanças a escorrer em sangue. Alguma coisa sofremos, é certo; corremos perigos, passámos fomes e sedes e a não poucos prostraram em terra para sempre as fadigas e as doenças. Tudo suportámos de boa mente porque servíamos El-Rei e a Pátria, e para outra coisa não anda neste mundo quem tem a honra de vestir uma farda. Por isso nós também merecemos o nome de soldados; é esse o nosso maior orgulho”.
Mouzinho de Albuquerque
(in carta ao Príncipe D. Luis Filipe)
Esta citação foi retirada da carta que Mouzinho escreveu, em 1901, ao Príncipe D. Luis Filipe de quem era Aio. Esta carta por demais notável – e que deveria ser lida e meditada em todas as escolas do País – constitui a síntese do seu pensamento de Homem, de Português e de Militar e reflecte em alto grau a elevada estatura moral do seu autor, espírito superior que não cabia no Portugal de então.
A figura de Mouzinho já foi evocada e estudada de todos os ângulos possíveis; as suas acções como militar, administrador e educador, dissecadas por numerosos autores, e bem assim o seu perfil como Homem, cidadão e o político que nunca foi.
Personalidade complexa, era dotado de grandes qualidades e algumas sombras, como é inevitável em todos os humanos. Mas entre umas e outras, o saldo recai amplamente nas primeiras e tudo deve ser avaliado à luz de um todo e de uma época.
Leia em:
Download a_importncia_de_comemorar_mouzinho_no_centenrio_da_sua_mor.doc