SEIS partidos políticos que integram a União Eleitoral (UE) escreveram, há dias, uma carta ao presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, solicitando a convocação urgente do conselho nacional da coligação Renamo-União Eleitoral com o objectivo de definir a situação futura do bloco constituído em 1999 por ocasião das segundas eleições legislativas e presidenciais. Entretanto, o líder da Frente de Acção Patriótica (FAP), José Carlos Palaço, distanciou-se da iniciativa.
Maputo, Sexta-Feira, 28 de Março de 2008:: Notícias
A carta em nosso poder foi assinada por Maneca Daniel, coordenador da União Eleitoral, e faz menção aos partidos Renovador Democrático (PRD), Aliança Independente de Moçambique (ALIMO), de Unidade Nacional (PUN), Frente Democrática Unida (UDF), Ecológico de Moçambique (PEMO) e MONAMO/PMSD, todos representados na Assembleia da República, com excepção do Partido Ecológico de Moçambique (PEMO), liderado por Alberto Ismail.
Em contacto com a nossa reportagem, Maneca Daniel não avançou mais pormenores sobre a motivação que está por detrás da iniciativa, mas sabe-se que há muito que a União Eleitoral com assento parlamentar vem-se queixando do facto de a sua situação não estar clarificada quanto à continuidade ou não da coligação Renamo-União Eleitoral nas eleições legislativas e presidenciais de 2009.
A União Eleitoral e a Renamo possuem um vínculo eleitoral em vigor desde 1999 e que inclui participação conjunta nas eleições autárquicas de 2003. Na base do vínculo, foi constituída a coligação Renamo-União Eleitoral com assento na Assembleia da República. O referido vínculo é, porém, válido até às eleições autárquicas previstas para o presente ano e legislativas e presidenciais de 2009.
Vezes sem conta, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, já clarificou que a “perdiz” não decidiu formar coligação com a União Eleitoral no quadro do princípio de que “a união faz a força”, mas sim para ajudar aos partidos integrantes a “crescer” e a afirmar-se no xadrez político nacional.
É que uma vez na Assembleia da República, a União Eleitoral beneficia de fundos do Orçamento do Estado, canalizados via Renamo, destinados ao seu funcionamento, graças aos quais alguns partidos “cresceram” substancialmente em termos de estrutura e mesmo em termos ideológicos.