A subsecretária de Estado norte-americana para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, falou da possibilidade de sanções do Conselho de Segurança contra o regime de Mugabe.
Frazer, que se encontra num périplo pelos países vizinhos do Zimbabué, falava pouco antes da comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour, ter apelado aos líderes políticos do Zimbabué para que contivessem os respectivos apoiantes e renunciassem à violência pós-eleitoral.
Arbour frisou que estava "muito preocupada" com notícias de violência e intimidação política, particularmente por parte de apoiantes rurais do partido no poder, Zanu-PF.
Representantes dos dois candidatos presidenciais deverão hoje reunir-se com a Comissão Eleitoral do Zimbabué para reverem os resultados, ainda não publicados, das presidenciais de há quatro semanas.
Sanções?
Por seu turno Frazer, disse que os Estados Unidos estavam dispostos a pedir ao Conselho de Segurança que impusesse sanções contra o Zimbabué no caso da crise se prolongar.
Falando numa conferência de Imprensa na capital zambiana, Lusaka, a diplomata norte-americana apoiou uma proposta britânica relativa a uma proibição de venda de armas ao Zimbabué e considerou que África tinha a obrigação de enviar uma mensagem clara ao presidente zimbabueano.
"A região precisa de falar muito muito alto e muito claramente com o presidente Mugabe e o seu governo e dizer que a violência deve parar imediatamente. É inaceitável espancar pessoas só porque estas decidiram sair para votar e, aparentemente, votar para a mudança", salientou.
Jendayi Frazer acrescentou que o Zimbabué deveria agora ser liderado pelo líder da oposição, Morgan Tsvangirai do Movimento para a Mudança Democrática, MDC.
Abusos
"O que importa é que a vontade do povo seja respeitada, portanto se chegar a haver um governo inclusivo, ou um governo de unidade nacional, então acho que este deverá ser liderado por quem as pessoas elegeram, e que, no caso, foi Morgan Tsvangirai", considerou.
Frazer, de visita aos países fronteiriços com o Zimbabué, salientou ainda que a embaixada do seu país em Harare recebeu provas de que uma pessoa foi morta, mais de 450 foram espancadas e cerca de um milhar de desalojadas desde as eleições do mês passado.
Por seu turno o MDC diz que 15 dos seus apoiantes morreram nas últimas quatro semanas.
BBC - 28.04.2008