Dois intelectuais distraídos e um provedor paternalista…
Por Cor. Manuel Amaro Bernardo
(…) A impotência ou a passividade cúmplice são uma coisa. A acção deliberada, outra. O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição (em Angola) foi crime de traição e crime contra a humanidade. (…).
António Barreto, in “Público” de 13-4-2008.
(…) O que é que movia quem se recusava a fazer a guerra colonial? Ideologia, “anticolonialismo”, (…). De tudo um pouco, mas, bem vistas as coisas (…) é a mesma atitude que vejo nos homens de 1961, que aparecem nesta série televisiva: patriotismo. (…)
José Pacheco Pereira, in “Público de 19-4-2008.
Através dos comentários produzidos por estes dois professores e historiadores, de que as transcrições acima feitas dão uma perspectiva do seu pensamento, poderei deduzir que eles têm andado demasiado distraídos em relação ao sucedido em África, quer na guerra iniciada em 1961, quer na apressada descolonização levada e efeito no pós-25 de Abril. E nem poderão desculpar-se com a falta de livros publicados sobre o assunto, pois vários têm sido os autores a investigar e a recolher depoimentos de responsáveis e combatentes do Ultramar, entre os quais me incluo. A título de exemplo, lembro o caso de José Freire Antunes, com, entre outros, dois grandes volumes (1.070 pag.s em A 4), com o título “Guerra de África” (1995) e de António Pires Nunes, historiador (licenciado) sobre temas relacionados com Angola, onde cumpriu três comissões por imposição, desde 1961. O seu último trabalho, publicado em 2005, na minha editora (Prefácio) intitulava-se “Angola 1961; da Baixa do Cassange a Nambuangongo”.
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