Magno nega tudo
- Diz que foi coagido a mentir durante a instrução contraditória
O réu Fernando Magno negou, ontem, perante a 10ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo,TJCM, as acusações que pesam sobre ele, relacionadas com o seu envolvimento nas tentativas de assassinato do advogado António Albano Silva, ocorridas em 1999 e 2000.
Magno apenas aceitou que mantinha ligações com Momad Assif Abdul Satar (Nini), na qualidade de amigo e com Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho) como mecânico dos seus carros. Disse ainda que não tinha qualquer informação sobre a formação de uma associação criminosa com o objectivo de eliminar fisicamente o advogado do então Banco Comercial de Moçambique e os pronunciamentos por ele feitos aquando da instrução contraditória do caso, foram resultado da coacção feita por Albano Silva no sentido de dizer mentiras.
Segundo Fernando Magno, Albano Silva o obrigou a aceitar que existia e tinha participado na formação do grupo que tinha a missão de o eliminar fisicamente, mas “na verdade não tive nenhum conhecimento disso porque o Aníbal era apenas reparador dos meus carros (era meu mecânico) e o Momad Assif era meu amigo)”.
Demostrando forte grau de arrogância, Fernando Magno terminou o seu pronunciamento reiterando o que desde o início ia dizendo ao tribunal, sublinhando que “não soube de nenhum plano contra Albano Silva”.
Sobre os restantes réus acusados no processo disse que não os conhecia.
O seu advogado, Daniel Cumbane pouco falou, tendo apenas, nalguns momentos, sido obrigado a aconselhar o seu cliente a portar-se conforme e com respeito perante o tribunal porque demostrava muita arrogância.
Os outros advogados de defesa: Domingos Arouca de Ayob Satar, Amosse Macamo de Danger Man, Lourenço Manila de Nini, Inácio Matsinhe de Dudu e Simeão Cuamba de Aníbal, também muito pouco falaram.
O assistente particular de Albano Silva, António Leite, é que tentou intervir no sentido de obrigar Magno a “dizer a verdade”, de acordo com o seu pronunciamento na fase de instrução contraditória. (F. Mbanze)
MEDIA FAX - 25.04.2008