Dialogando
João Craveirinha
Em relação à memória dos heróis portugueses recentes, do 25 de Abril de 1974, grosso modo o povo português é ingrato. Esquecem-se que foi esse acto libertário que (re) colocou Portugal na comunidade democrática das Nações da vanguarda do mundo, possibilitando a liberdade de expressão até para os que estão contra ela. Será o caso das reacções que surgirão extremadas e preconceituosas, contra este texto, num reflexo reaccionário ao discurso analítico sociológico, baseado em factos sólidos, para além de conceitos ortodoxos, motivados por estereótipos no imaginário colectivo português, daquém e dalém mar, fruto de décadas da propaganda salazarista do dito Estado Novo (SPN/SNI) tendo no seu ideólogo maior, António Ferro (1895 – 1956), delfim de Oliveira Salazar (1889/1970), um exemplo de fascista “moderno”. Eram os tempos de um Portugal do Império colonial de Minho a Timor, onde segundo o historiador luso, Fernando Rosas, a sua capital era… "uma Lisboa pobre mas alegre, sem gramofone mas com canário na gaiola". A alegoria irónica do pássaro enjaulado é de antologia. Infere-se que a PIDE sabia transformar os homens e mulheres em canários. Aliás, como qualquer polícia política.
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