AS descargas da barragem de Massingir, em Gaza, estão a ser geridas desde ontem de forma equilibrada, para evitar possíveis inundações a jusante desta infra-estrutura. Esta é uma das decisões tomadas no final de um encontro técnico orientado pelo Ministro das Obras Públicas e Habitação, Felício Zacarias, em que tomaram parte reputados especialistas de gestão de recursos hídricos, entre os quais o Engenheiro Carmo Vaz.
Maputo, Sábado, 24 de Maio de 2008:: Notícias
O ministro das Obras Públicas e Habitação disse a jornalistas que se deslocaram a Massingir que a avaliação preliminar mostra que já não há risco de inundações a jusante, mas que o alerta máximo prevalece por forma a que a população não seja surpreendida por qualquer situação anómala.
Indicou que a situação vai continuar a ser monitorada, particularmente a jusante, onde até ontem o rio Limpopo mostrava um bom comportamento. “Peritos que participaram na reabilitação da barragem chegam amanhã (hoje) a Massingir, para uma avaliação circunstanciada da situação. Numa primeira avaliação, podemos dizer que será preciso uma grande operação, com recurso a meios aéreos, para a substituição da componente rompida”, disse Felício Zacarias.
A expectativa é que o problema esteja resolvido nos próximos três dias. As autoridades estavam apreensivas com relação à velocidade com que a água saía da conduta afectada, mas depois de um sobrevoo concluiu-se que a onda ainda não tinha chegado à confluência entre o rio dos Elefantes e o Limpopo.
“Felizmente, a seca e a largura do leito estão a ajudar. Mesmo a abertura das comportas do descarregador principal estamos a prever que não vai criar problemas de inundação”, acrescentou.
Com efeito, as autoridades estão a equacionar aumentar as descargas para próximo de 1500 metros cúbicos por segundo, por forma a aliviar a pressão sobre a conduta danificada. Essa decisão tem em vista não causar grandes danos na barragem e também a jusante (povoados e vilas).
Com as descargas a saírem de forma descontrolada, houve uma redução da cota na barragem, dos anteriores 122 metros para 121,64 até às 16 horas de ontem. As descargas descontroladas de água estão a sair de uma conduta de cerca de nove metros de diâmetro e resultam, segundo a directora-geral da ARA-Sul, Olinda de Sousa, da quebra de um vedante de uma comporta vagão.