Número de trabalhadores de sexo no País
Um crescimento algo assustador
O número de trabalhadores de sexo a operar no território nacional vêm, nos últimos tempos, registando um crescimento exponencial e assustador, situação que pode, de alguma forma, perigar os esforços que vem sendo feitos no combate ao HIV/SIDA no País.
É que, dados actuais indicam que existem cerca de 30 mil trabalhadores de sexo a operar em vários lugares, especialmente nas grandes cidades (Maputo, Beira e Nampula).
Estes dados incluem mulheres que se prostituem e também homens que recorrem a esta prática para buscar dinheiro.
Os dados são resultado de um estudo conjunto entre o governo moçambicano, parceiros e Organizações Não Governamentais que operam no território nacional, especificamente na área da promoção de saúde e prevenção de doenças.
Os dados indicam ainda que, dos perto de 30 mil trabalhadores de sexo, acima de 40 por cento tem idades compreendidas entre os 15 e 29 anos de idade.
O preocupante, segundo o mesmo estudo, é que “os trabalhadores de sexo revelam uma elevada taxa de seroprevalência em comparação com o resto da população” – indica a fonte documental em nosso poder.
O mesmo documento demonstra que, enquanto que a taxa geral de prevalência de HIV no País é actualmente de 16.2 por cento do total dos 20.3 milhões de habitantes, no grupo dos trabalhadores de sexo, a taxa de seroprevalência é de 50 por cento.
“A alta prevalência de HIV, acrescida ao facto de a maioria dos trabalhadores de sexo serem do
sexo feminino, denota a crescente feminização da epidemia, remetendo muitas jovens ao ciclo da pobreza”– frisa.
Dia internacional das trabalhadoras de sexo
Entretanto, por ocasião da celebração, a 2 de Junho próximo, do Dia Internacional das Trabalhadoras de Sexo, o Governo moçambicano em parceria com várias ONGs nacionais e estrangeiras vai promover, uma mesa redonda para discutir a problemática dos trabalhadores de sexo e a propagação do HIV/SIDA.
Subordinando ao tema: “Em busca de uma maior resposta ao HIV/SIDA entre trabalhadores
de sexo: passos e desafios em Moçambique” o encontro terá como grandes convidados, os trabalhadores de sexo.
Por outro lado, a Get – Jobs, uma associação cívica baseada em Maputo, vocacionada para a
área de emprego e formação profissional, saúde e reintegração social, vai promover, nos próximos dias, um processo de formação para as trabalhadoras de sexo em matéria de prevenção à doença. A primeira formação vai decorrer na cidade de Maputo e, na segunda fase, o processo vai alcançar a província de Sofala, particularmente a cidade da Beira.
(F. Mbanze) – MEDIA FAX – 26.05.2008