Eleutério Fenita, em Maputo
Armando Guebuza diz que a violência não pode ser a solulção
O Presidente Armando Guebuza voltou a apelar à calma e reiterou que as relações com a África do Sul não correm perigo devido à onda de violência xenófoba neste último país.
Guebuza falava durante uma visita a um campo de trânsito onde se encontram alguns dos mais de 28 mil moçambicanos forçados a regressar ao país.
Enquanto isso, o Parlamento de Moçambique diz estar a trabalhar com congéneres da região para fazer face à crise.
Foram afirmações de um Armando Guebuza certamente consciente das tensões que a pouco e pouco se vão infiltrando nos sentimentos das populações locais, na sequência dos mais recentes acontecimentos na África do Sul.
Depois de o ter feito há dias, o chefe de estado moçambicano volta a colocar o acento tónico no diálogo e nas boas relações com o país vizinho.
Unidade e solidariedade
"Temos de continuar no caminho da unidade e solidariedade entre nós. A resposta a esta situação não é e não pode ser a violência em nenhuma circunstância. Violência gera outra violência, e na região sabemos por experiência própria o preço da violência.
"Não queremos que isso se repita no país ou não região. Estamos a trabalhar com as autoridades sul-africanas no sentido de resolver esta problema o mais rapidamente possível."
E foi no âmbito destes esforços que o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação manteve recentemente contactos na África do Sul.
Também atenta à situação está a Assembleia da República. O seu presidente, Eduardo Mulembwe, disse à BBC que está a ser ponderada a criação de um grupo de trabalho.
"Vamos continuar a trabalhar no sentido de que nos fóruns internacionais em que tomamos parte na região e a nível continental se faça ouvir a nossa voz, não só defendendo os moçambicanos mas todos os cidadãos da região."
Mulembwe considerou que se isso não for tomado a peito poderá haver perigos para os esforços em direcção à integração regional.
BBC - 26.05.2008