O partido no poder no Zimbabwe apelou terça-feira aos militantes para evitarem recorrer à violência durante a campanha para a segunda volta da eleição presidencial, acusando os ocidentais de procurarem transformar o país num `campo de batalha´.
Ao mesmo tempo, a comissão eleitoral indicou que a segunda volta pode ocorrer já depois do limite das três semanas após o resultado oficial da primeira.
A emissão de novas notas de banco de 100 e 250 milhões de dólares zimbabueanos veio ilustrar o marasmo económico em que o país está mergulhado desde há oito anos, com uma hiper-inflacção que ronda os 165.000 por cento.
Neste contexto, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (Zanu-PF, no poder), apelou aos seus militantes para evitarem quaisquer confrontos violentos com os partidários do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, oposição).
`Apelamos aos membros para conduzirem uma campanha pacífica´, declarou o secretário para a Informação da ZANU-PF, Nathan Shamuyarira. `Apelamos também à oposição para evitar a violência´, acrescentou, citado pelo diário estatal The Herald.
Shamuyarira acusou os ocidentais, designadamente a ex-potência colonial britânica, de quererem envenenar a situação: `Eles querem fazer da África Austral um campo de batalha e semear a confusão, a fim de pilhar os nossos recursos´.
Londres e Washington estão à frente dos ataques diplomáticos contra o regime de Robert Mugabe, no poder desde a independência em 1980, e acentuaram a pressão desde as eleições de 29 de Março, cujos resultados só foram divulgados há alguns dias.
RTP - 07.05.2008